Mercado de petróleo dá sinais de aumento dos juros, indica Hedgepoint

Publicado no dia 06/12/2022 às 10h45min
Possibilidade foi apontada pela empresa em relatório divulgado na última semana

A economia global está passando pelo aumento de juros mais agressivo dos últimos 40 anos. Diante de tal situação, condições financeiras mais apertadas irão tornar mais difíceis aumentos na oferta de energia. É o que indica a Hedgepoint Global Markets em relatório divulgado na última semana. No material, a empresa levanta a possibilidade de aumento nas taxas no setor de petróleo.

“O aumento das taxas de juros também torna o custo de carregar estoques maior, o que poderá desincentivar os traders a manter os produtos no tanque”, observa o analista de energia e macroeconomia da Hedgepoint, Heitor Paiva. “Isso é bastante preocupante, pois em dezembro os estoques de petróleo costumam cair nos Estados Unidos devido a razões relacionadas aos impostos.”

Nesse sentido, o relatório destaca, ainda, que os custos da dívida mais elevados significam, também, que o custo dos investimentos aumentou. Portanto, o aumento da capacidade de produção de petróleo nos próximos anos provavelmente não será tão grande.

 

 

3 fatores para o aumento da taxa de juros no petróleo

Dessa forma, as taxas de juros — que também vêm crescendo — devem encarecer o petróleo e produtos refinados em 2023. A Hedgepoint explica que, todavia, três serão os fatores para isso:

  • Sem incentivos

Condições financeiras mais apertadas encarecem o financiamento. Portanto, traders têm pouco incentivo para manter os tanques cheios;

  • Mais custos

O investimento será impactado negativamente à medida em que os custos da dívida são elevados. Nos países emergentes, por exemplo, a demanda por energia continuará a crescer, ainda que os produtores permaneçam cautelosos;

  • Medo de recessão

Os temores de recessão e a busca por estabilidade diminuíram no exterior o investimento direto (FID) em países emergentes que produzem petróleo. Isso merece atenção, pois também limita a oferta.

Fonte: Canal Rural