10 plantas brasileiras de esmagamento de soja interrompem atividades
Unidades representam cerca de 8% da capacidade de processamento do país
Esmagamento de soja. Foto: United Soybean Board/CCommons
Até dez esmagadores de soja brasileiros interromperam as operações de processamento devido à queda nas margens de esmagamento e à demanda fraca, reduzindo o ritmo de moagem do país em 15 mil toneladas/dia. A informação foi transmitida pela Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), com base em informações colhidas pela agência Agricensus.
Essas plantas desligadas representam coletivamente cerca de 8% da capacidade de processamento da oleaginosa no país, estimada em 194,4 mil t/dia, com a maior parte das operações concentrada nas regiões de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, que respondem por cerca de 70% da capacidade total do país.
As margens de esmagamento brasileiras para o resto do ano caíram em território negativo mais profundo nas últimas duas semanas, com margens calculadas para o quarto trimestre variando de US$ 56 a US$ 50t por mês, de acordo com dados da Agrinvest Commodities do Brasil.
“As margens de esmagamento estão realmente ruins novamente”, disse Victor Martins, gerente sênior de risco da HedgePoint Global, à Agricensus. “Mas algumas usinas continuarão operando, pois é melhor moer com margens negativas do que ter o grão como estoque, para cumprir suas entregas – principalmente para importadores”, acrescentou.
Plantas de esmagamento de soja desligadas antes do previsto
As esmagadoras costumam fazer manutenção por volta de dezembro/janeiro, antes da colheita da soja no Brasil, mas este ano as plantas estão sendo desligadas mais cedo do que o previsto.
“Não há muita liquidez no Brasil – muitos dos negócios de papel feitos na FOB Paranaguá são trituradores comprando hedges para vender no mercado interno (fixadores de biodiesel) – o mercado de biodiesel não tem estado muito ativo ultimamente, então pouca demanda disso também”, disse uma fonte do comércio local ao Agricensus.
O Brasil é o segundo maior exportador mundial de óleo de soja, atrás da Argentina, e deve exportar 2,13 milhões de toneladas de óleo de soja e 18,8 milhões de toneladas de farelo de soja em 2022/23, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
COMPARTILHAR ESTA NOTÍCIA