Plano Safra: faltam "algu"ns passos" para o crédito equalizável
É o que admite o chefe de assessoria especial de estudos econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri
Durante uma live promovida nesta semana pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o chefe de assessoria especial de estudos econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, disse que com a aprovação do PLN 18 e a sanção do presidente Jair Bolsonaro, os recursos do novo Plano Safra ainda dependem de portarias de equalização a serem publicadas pelo Tesouro. O envio de ofícios às instituições financeiras liberando a contração do crédito rural dentro dos limites estabelecidos é outro item ainda pendente, admitiu o integrante do governo federal.
Quem também participou do evento e demonstrou otimismo quanto à disponibilidade de recursos foi o diretor de política de financiamento ao setor agropecuário, Wilson Vaz de Araújo. Ao lado de Boueri, ele chegou a responder questionamentos feitos por produtores rurais, que apresentaram dúvidas sobre valores de enquadramento da renda bruta anual e limites de financiamento do Pronaf, do Pronamp e para grandes produtores. Para o Plano Safra 22/23, não houve atualização desses valores no manual de crédito rural, o que, segundo a CNA, gerou preocupação no setor que teve aumento nos custos de produção.
“Quando a situação se normalizar, e a Selic começar a cair, teremos espaço para rever esses enquadramentos” — Rogério Boueri
“O crédito também diminui, pois você começa a colocar mais gente, não só aqueles que migrariam de uma situação para outra, com alguém que está no limite inferior do Pronamp também poderia ser abarcado no Pronaf”, comentou Boueri. “A opção nesse momento foi não mexer com isso (…) quando a situação se normalizar, e a Selic começar a cair, teremos espaço para rever esses enquadramentos”, explicou.
Plano Safra: números sobre o crédito rural
Wilson Vaz de Araújo aproveitou a participação no evento promovido pela CNA para destacar números sobre o setor. Nesse sentido, ele exemplificou o custo médio de um produtor rural — seja ele pequeno ou de médio porte.
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“Quando você pega o limite, o ticket médio, a média dos contratos no âmbito do Pronaf ou do Pronamp e até do crédito rural para grande agricultura é muito aquém dos limites que estão estabelecidos hoje. Por exemplo: o custeio para a maioria dos produtores é de R$ 3 milhões, sendo R$ 1,5 milhão para o médio produtor rural e R$ 500 mil para o pequeno produtor”, detalhou o diretor de política de financiamento ao setor agropecuário.
“A gente achou bom por bem manter os limites em benefício da maioria dos tomadores” — Wilson Vaz de Araújo
“Se você pegar o Pronaf, ele está abaixo de R$ 100 mil reais a média dos contratos, mais de 90% dos contratos estão abaixo desse valor. Para o médio produtor rural, também não chega a R$ 200, R$ 300 mil reais. E os grandes estão na faixa de R$ 500 e R$ 600 mil, na média”, disse Vaz de Araújo ao apresentar mais números. “A gente achou bom por bem manter os limites em benefício da maioria dos tomadores.”
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