Ibrafe e ApexBrasil assinam convênio para incentivar exportação de feijão e gergelim

Publicado no dia 11/07/2022 às 16h36min
Parceria prevê alcançar o marco de 500 mil toneladas de feijão e gergelim exportadas nos próximos cinco anos e gerar mais de US$ 600 milhões

Com o objetivo de impulsionar a exportação de feijões e gergelins do Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (Ibrafe) assinaram nesta sexta-feira (8), convênio para criação e execução do projeto Brazilian Pulses and Special Crops.

Com investimento de R$ 1 milhão, o maior projeto em prol das exportações do setor pretende alcançar o marco de 500 mil toneladas de feijão e gergelim exportados em cinco anos e gerar US$ 615 milhões.

O feijão e o gergelim são produtos com alta demanda internacional, o que se revela como uma grande oportunidade para o Brasil.

Em 2021, o Brasil exportou pouco mais de 200 mil toneladas de feijão e 65 mil toneladas de gergelim, o que equivale a uma participação de menos de 5% no mercado internacional.

Exportação
Para aumentar essa participação, atrair mais negócios, diversificar os mercados e fazer com que o mundo conheça os feijões e o gergelim brasileiros, o Brazilian Pulses and Special Crops terá o apoio da ApexBrasil e do Ibrafe para por em prática diversas ações estratégicas de promoção desses produtos no exterior.

“O Brasil tem o potencial de se tornar o maior produtor sustentável de proteínas do mundo e essa parceria com a ApexBrasil é o caminho certo para fazer isso acontecer. Estamos dando um salto em direção ao aumento das exportações dos feijões e colheitas especiais do Brasil e toda a cadeia será beneficiada”, afirmou o presidente do Ibrafe, Marcelo Luders, durante o evento de assinatura do convênio.

A sustentabilidade e a diversidade de sementes são características que definem a cadeia de produção dos feijões e gergelins no Brasil que hoje já exporta para 70 países. Porém, segundo o diretor de Gestão Corporativa, Roberto Escoto, o setor tem potencial para alcançar muito mais.

“Este é mais um setor que a ApexBrasil vai apoiar com todo o empenho e experiência de 25 anos atuando para essa finalidade. Nós identificamos um potencial enorme desse setor de alcançar novos mercados, mais países, além de aumentar a quantidade do que já exportamos. Nossas expectativas são muito positivas e com resultados a curto prazo”, explicou Escoto.

A assinatura do convênio aconteceu na sede da Frente Parlamentar da Agricultura, em Brasília, com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Agricultura, Câmara Setorial do Feijão, Frente Parlamentar da Agricultura, além de representantes do setor, da ApexBrasil e do Ibrafe.

A parceria foi celebrada com uma feijoada. “O feijão é símbolo da gastronomia brasileira. Queremos que quando o mundo pense em feijões, pense no Brasil”, concluiu o presidente do Ibrafe.

Ações estratégicas
O projeto será praticado em etapas. No primeiro momento, será feito um levantamento do cenário internacional e a elaboração de um planejamento estratégico de ações. A ideia é identificar e aproveitar o potencial de compra em países que estão em plena expansão nas importações como Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, Paquistão, Singapura, Turquia e Vietnã. Entre 2018 e 2021, estes países aumentaram em 57% o valor das importações.

Na segunda etapa está prevista a criação de uma marca setorial que represente a qualidade, competitividade e credibilidades dos exportadores, unificando a voz e a imagem do setor. O projeto vai conceder aos participantes o selo Brazil – Trusted Company, atrelado à qualificação e boas práticas das empresas exportadoras.

A etapa seguinte será focada em ações promocionais e eventos de atração dos mercados internacionais.

Previsto para 2023, o evento Latin America Pulses and Special Crops Summit reunirá importadores de todo o mundo em São Paulo para promover negócios com os exportadores brasileiros. Ao longo do ano, outros eventos como o Fórum Brasileiro de Feijão, voltado para oportunidades de negócios, serão promovidos pelo projeto.

Paralelo a isso, também estão previstas ações de capacitação para os produtores e empresas do setor.

A ApexBrasil quer oferecer aos participantes o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) dedicado exclusivamente ao setor. De forma inovadora, a qualificação por meio do PEIEX AGRO será oferecida no mesmo projeto, no qual as empresas poderão se beneficiar ao mesmo tempo das ações estruturantes e do PEIEX AGRO, especializado no setor de feijões e pulses.

O PEIEX ajuda empresas a iniciarem o processo de exportação de forma planejada e segura.

O Programa da ApexBrasil é implementado em todas as regiões do País por meio de parcerias com instituições de ensino (universidades, parques tecnológicos ou fundações de amparo à pesquisa) ou federações de indústria, que são responsáveis pela aplicação da metodologia do Peiex na qualificação de empresas. No caso de Feijões e Pulses o PEIEX AGRO deverá ser implementado pelo IBRAFE.

 

Para aumentar a participação mundial, o projeto focará também na negociação para eliminação ou redução dos impostos de importação de diversos países, além de acordos fitossanitários. Segundo a gerente de Agronegócios da ApexBrasil, Paula Soares, “o mercado internacional ainda apresenta muito espaço para absorver o produto brasileiro”.

Cenário promissor
O valor atual das transições internacionais é de US$ 27,9 bilhões, um crescimento de 30,8% se comparado a 2018. Em 2010, o Brasil só produzia uma modalidade de feijão e não atuava no mercado internacional. Hoje, o Brasil produz 14 variedades além do feijão carioca, como o feijão-mungo, feijão-caupi, feijão-adzuki e o moyashi.

Este último não era produzido no Brasil até 2015, mas desde então, o país não só passou a produzir e deixar de importar, como virou a variedade mais exportada. Em 2021 foram cerca de 50 mil toneladas desse tipo exportadas.

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A Índia é o país que mais consome feijões e pulses do Brasil, seguido de Turquia, Estados Unidos, Indonésia e Malásia. O Brasil já exporta gergelim para Turquia, Vietnã e Singapura. A China recentemente solicitou ao Brasil acordos para comprar gergelim e os trâmites já estão em andamento. Com o Japão, carecem ainda ações internas para atender as especificações deste mercado. Mas, com a parceria, negociações com este país devem começar em breve.


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Fonte: Canal Rural

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