Aumento de custo reduz intenção de confinamento em Mato Grosso

Publicado no dia 20/05/2022 às 12h36min
Em números, em abril deste ano, os pecuaristas apontaram que pretendem confinar 529,9 mil animais. Em abril de 21, este valor estava estimado em 661,4 mil. Mas, no final do ano, o balanço foi de 837,7 mil animais terminados no cocho em Mato Grosso.

O custo do confinamento em 2022 está 38% maior do que o registrado em 2021 e passou de R$ 12,59 por cabeça por dia (cab/dia) para R$ 17,42 cab/dia. O reflexo disso está queda acentuada nas intenções de confinar, que reduziu 19% no comparativo abril 2022 com abril 2021 e 36,7% em comparação com o consolidado ano passado. Os dados são do 1º levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Em números, em abril deste ano, os pecuaristas apontaram que pretendem confinar 529,9 mil animais. Em abril de 21, este valor estava estimado em 661,4 mil. Mas, no final do ano, o balanço foi de 837,7 mil animais terminados no cocho em Mato Grosso.

Para o diretor técnico operacional do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade, ano passado, as projeções de preço para o boi gordo apontavam um cenário lucrativo aos confinadores, algo que não acontece neste momento.

“Ao analisar o preço futuro do boi gordo, temos arroba cotada a R$ 330 no mercado futuro, o que representaria uma arroba a R$ 330 em Mato Grosso. Com o custo estimado de R$ 340 por arroba produzida, resultando numa margem negativa”, explica Bruno Andrade.

De acordo com o analista, os insumos para a nutrição animal são os que mais impactaram no aumento de custos, como o custo do milho, utilizado como ração, e dos chamados núcleos adicionados na dieta bovina.

Segundo o levantamento do Imea, além do custo dos insumos, a arroba do boi gordo e o preço dos animais para reposição estão entre os fatores decisivos para redução no volume de animais confinados.

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A análise detalhada aponta que os produtores das regiões centro-sul, nordeste, noroeste e médio-norte do estado estão mais otimistas e devem aumentar o volume de animais confinados, principalmente no médio-norte do estado. Mesmo assim, a baixa expectativas dos produtores do norte, do oeste e sudeste tiveram maior influência na conta final das intenções.

Segundo Bruno Andrade, as regiões onde são apontadas perspectivas de alta são justamente as que mais produzem grãos, facilitando o acesso dos pecuaristas e reduzindo os custos operacionais do confinamento.

Alternativa – O diretor técnico operacional do Imac, Bruno de Jesus Andrade explica que, em ano com cenários de incertezas e alta nos custos produtivos, os produtores podem recorrer a ferramentas mais baratas, como intensificação de pastagens.

“De maneira geral, sempre é mais vantajoso o produtor iniciar o processo de intensificação com investimentos nas suas áreas de pastagens. Com isso, há uma melhoria na produtividade e ele envia para o confinamento ou semi-confinamento um animal melhor acabado, reduzindo o tempo de intensificação no cocho e os custos. Dependendo da qualidade das áreas, é possível fazer a terminação a pasto”.

Imac - Criado em 2016, o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) promove a valorização da carne a partir de ações de pesquisa e desenvolvimento, informação e marketing. A meta é auxiliar na celeridade da regularização ambiental e melhorar o balanço de carbono por arroba produzida, disseminando o uso de tecnologias voltadas à intensificação das pastagens degradadas, redução da idade de abate, aumento do número de animais por hectare e ainda a captura de parte das emissões por meio dos sistemas intensivos.

Fonte: Imac

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