Bolsonaro diz que pode cortar dinheiro de outro ministério para Incra "não parar"
Na sexta-feira (13), o Incra suspendeu todas as atividades que envolvam deslocamentos para eventos por falta de recursos do Orçamento
O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (15) que vai solicitar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, recursos do Orçamento ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Na sexta-feira (13), o Incra suspendeu todas as atividades que envolvam deslocamentos para eventos por falta de recursos do Orçamento.
Com a decisão, estão canceladas, inclusive, as entregas de títulos de propriedade. Ofício interno enviado aos superintendentes regionais do Incra ressalta que as atividades são feitas com recursos das emendas do orçamento secreto, que dependem de indicação do relator-geral da Lei Orçamentária Anual (LOA).
“Nesse cenário, já estamos no mês de maio de 2022, e até o momento este instituto não teve disponibilizados recursos para esse fim, pelo fato de que todo o orçamento finalístico do Incra se encontra indisponível, e não pode ser utilizado de forma discricionária pela autarquia”, diz o documento, assinado pelo presidente do Incra, Geraldo José Filho.
Nos últimos meses, o presidente Bolsonaro participou de vários eventos de entrega de títulos de propriedade no Brasil.
Corta de outro ministério
Neste domingo, Bolsonaro disse que se for preciso, corta de recurso de outro ministério para manter o Incra funcionando. “Precisamos de mais recursos, porque custa dinheiro você mandar o pessoal para lá, trabalhar, emitir o respectivo título de propriedade. Isso não pode parar. Eu estou pronto para falar com o Paulo Guedes. Se não tiver recurso, corta de algum ministério”, disse Bolsonaro durante passeio em Brasília.
Na mesma fala, Bolsonaro criticou o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e disse que as invasões de propriedade acabaram no Brasil. “Não é milagre, é trabalho. Primeiro, tiramos dinheiro de ONGs. Depois, nós passamos a dar dignidade para o assentado. O assentado era usado pelo PT para invadir fazendas”, disse o presidente. “Nós começamos a dar título para essa pessoa, de propriedade. Ele, de imediato, passa a ser um cidadão. O que ele produz lá dentro passa a ser dele, de seus filhos e de seus netos. E ele passa a ser gente de verdade e não de mentirinha, como era com o PT”, acrescentou.
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As informações foram divulgadas no jornal O Estado de São Paulo.
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