Pesquisador da Embrapa dá dicas para driblar falta de água na próxima safra de soja
Trabalhar com escalonamento de época de semeadura e não utilizar cultivares de mesmo ciclo em grande área são algumas das recomendações
Os produtores de soja precisam lançar mão de estratégias para minimizar os efeitos da falta de água na lavoura. Sementes de qualidade e a adoção de bons tratos fitossanitários, bem como a definição da melhor época de semeadura podem evitar prejuízos.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Farias, ações preventivas são fundamentais no combate à seca na cultura. “[É fundamental] trabalhar muito com o manejo do solo, fazer um bom preparo, sistema de rotação e diversificação de culturas, promover maior capacidade possível de armazenamento de água no solo e de recarga desse perfil no solo para suprir a planta nesses momentos de deficiência”, lista.
De acordo com ele, trabalhar com escalonamento de época de semeadura e não utilizar cultivares de mesmo ciclo em grande área são fundamentais porque, caso ocorra uma seca, nem toda a lavoura é afetada. “O consumo de água [pela soja] varia muito em função do ciclo da cultivar e das condições ambientais, ou seja, de temperatura, de radiação, de vento, [esses fatores] vão promover um maior consumo de água. Então varia muito por região e de época de semeadura”, explica.
Na região Centro-Oeste, maior produtora do grão no Brasil, conhecida por ser de clima quente, Farias lembra que o solo tem menor capacidade de retenção de umidade. “Ainda que não seja fácil em uma região quente, o produtor deve trabalhar muito bem esse solo. Mas é uma região menos suscetível à falta de água. Região Sul, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul são estados mais vulneráveis, com maior frequência de ocorrência de veranicos, mas com certos cuidados é possível reduzir esses impactos de seca na soja”, define.