Preço da saca do milho quase dobra em dois anos

Publicado no dia 11/04/2022 às 12h36min
A média do preço da saca de milho ficou em R$ 99,69, valor que não se via desde maio de 2021; guerra agravou cenário para o mercado

Se os produtores de carne suína e ovos já enfrentavam dificuldades desde o começo da pandemia por conta da alta das commodities, a guerra se tornou motivo extra de preocupação. Com a Ucrânia e a Rússia sendo, respectivamente, o quarto e o sexto maiores exportadores de milho, a cotação disparou nas primeiras semanas após a invasão russa.

A média do preço da saca de milho ficou em R$ 99,69 – valor que não se via desde maio de 2021 e quase o dobro do registrado dois anos atrás. Agora, porém, há sinais de trégua no mercado, o que pode garantir, ao menos temporariamente, um alívio aos produtores de proteína animal. Por enquanto, o preço médio da saca de milho é de R$ 90,22, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Além da desvalorização do dólar ter ajudado nesse recuo, a expectativa de que a segunda safra deste ano no Brasil será boa reduziu a pressão no preço. Terceiro maior exportador de milho, o país deve ter uma oferta 46% maior na segunda safra de 2022 na comparação com a de 2021, segundo estimativa divulgada na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Exportação de milho da Ucrânia
Dados dos EUA apontam que, pelo menos neste ano, as exportações ucranianas ficarão 23% abaixo do esperado. É uma redução significativa no volume de milho disponível no mercado, mas inferior ao que se esperava em março.

Ainda que haja indicativos de uma melhora para os produtores de proteína, a tendência é que os preços também não recuem muito mais. No mercado futuro, a cotação fica entre R$ 86 e R$ 87 até o fim do ano.

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Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, os preços devem se manter elevados até início de 2023. O pesquisador Lucilio Alves, do Cepea-Esalq/USP, lembra que ainda não se sabe se os ucranianos vão conseguir plantar a próxima safra. “A guerra prejudica o fornecimento de sementes, combustível, fertilizantes, além da comercialização. Boa parte da produção era escoada via Mar Negro, o que fica complicado agora. Isso tudo ainda pode mexer nos preços”, afirma.

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Fonte: Por Estadão Conteúdo

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