Milho: produção argentina vai diminuir após crise na Ucrânia, diz BCR
Segundo analistas da Bolsa de Mercadorias de Rosário, a crise da guerra na Europa Oriental provocou variações nos preços dos grãos, assim Brasil e Argentina podem se destacar no abastecimento
Os analistas da Bolsa de Mercadorias de Rosário (BCR) estimam que a produção de milho terá grande diminuição na área que será utilizada para cultivo no próximo ano, a partir do conflito desencadeado entre a Ucrânia e a Rússia.
De acordo com a BCR, a crise da guerra na Europa Oriental provocou variações nos preços dos grãos, para os quais se considera a possibilidade de que Argentina e Brasil abasteçam o mercado europeu de milho. Em relação ao Brasil, analistas informam que o país está saindo de queda produtiva na campanha 2020/21, quando produziria cerca de 112 milhões de toneladas no ciclo 2021/22, assumindo um aumento de 25 milhões de toneladas entre safras, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Deste volume, espera-se que sejam exportados 35 milhões de toneladas, superando as 20,9 milhões de toneladas do ano comercial anterior.
Exportações de milho recorde
Ainda nesta segunda, a Bolsa de Mercadorias de Rosario informou que, com a divulgação dos dados de fevereiro, os embarques de milho da Argentina atingiram um total de 40,9 milhões de toneladas no ciclo 2020/21, o que é um recorde de exportações.
A maior parte do aumento da produção e das exportações ocorreu na segunda metade da década de 2010, quando passou de 30,1 milhões de toneladas na temporada 2015/16 para um volume equivalente a 51,5 milhões de toneladas(+71%) para o ciclo 2018/19, tendo transcorrido apenas duas temporadas no meio, de acordo com dados do Guia Estratégia para a Agricultura (GEA).
Para a temporada que acaba de começar, espera-se que as exportações da Argentina sejam menores que o recorde do ciclo 2020/21 como consequência das quebras de produção que se registam no momento. De fato, de acordo com estimativas preliminares, espera-se que estão abaixo dos ciclos 2019/20 e 2018/19, então seria o menor desempenho de exportação em três anos.