Estiagem ameaça o norte de Minas Geras
Chuvas não recuperam a umidade do solo
Depois de um fevereiro extremamente chuvoso sobre Minas Gerais, o padrão atmosférico nos últimos dias mostrou-se desfavorável à ocorrência de chuvas. Um dos fatores que contribuíram para isso foi a presença de um bloqueio atmosférico - região de alta pressão - e também da atuação de sistemas conhecidos como Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). Ambas as condições diminuem e até mesmo impedem a formação das nuvens carregadas nos seus centros de atuação.
A região que enfrenta a falta de chuvas neste momento é restrita à metade norte do estado, especialmente na grande região de Montes Claros. As chuvas até ocorrem, mas de forma muito isolada e passageira, situação que não promove uma recuperação da água perdida do solo para o ambiente via evapotranspiração e evaporação.
Número de dias sem o registro de chuvas. Áreas em vermelho são as regiões mais secas. Fonte: Agrotempo.
Nos últimos 15 dias, muitas estações nem sequer registraram chuvas expressivas. O maior registro na região soma 23,4 mm em Matias Cardoso, no extremo norte do estado mineiro. Outras estações no leste do estado também passam por um período de estiagem nesta primeira metade de Março, como na grande região de Governador Valadares e nos municípios ao norte de Belo Horizonte.
Desvio na média da chuva nos últimos 15 dias. Fonte: Agrotempo.
De acordo com o monitoramento semanal das condições das lavouras, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão para as condições hídricas na região norte de Minas Gerais começa a apresentar restrições para os cultivos, especialmente para o milho 2ª safra.
Fonte: Conab
Contudo, nas demais regiões do país, as chuvas estão ocorrendo com uma boa regularidade. Apesar de algumas localidades registrarem pontualmente, problemas em relação ao excesso de umidade e dificuldade de avanço na colheita e semeadura. Mas apesar disso, o país apresenta um bom ritmo no avanço da colheita e semeadura da safrinha.
Fonte: Conab
A colheita da soja desacelerou nas últimas semanas, mas ainda assim apresenta um ritmo melhor do que a safra do ano de 2020/21, atingindo o patamar dos 63,1% do total nacional colhido.
Já a semeadura da safrinha vem forte, num ritmo mais acelerado do que o da safra anterior chegando aos 87,4% do total nacional já semeado.