Diferença entre cultivares de trigo pode chegar a 35 sc/ha
Experimento observou resultados em duas regiões do Rio Grande do Su
A escolha da cultivar de trigo pode resultar em uma diferença de 35 sacos por hectare, o equivalente a R$ 2.975,00 (considerando o valor de R$ 85,00 o saco). Os números foram divulgados durante a apresentação dos resultados do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) de Trigo da Safra 2021, nesta terça-feira (22/02) por videoconferência. Esta é a décima terceira edição da pesquisa que é uma realização da Farsul em parceria com a Fundação Pró-Sementes e conta com o patrocínio do Senar-RS e da Bayer.
A pesquisa foi realizada em uma rede experimental dividida em duas regiões totalizando sete municípios. A Região 1 formado por São Gabriel, cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria, e a Região 2 com Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga e Santo Augusto. "Buscamos uma forma heterogênea no Rio Grande do Sul que tenha uma representatividade com a cultura do trigo. Temos uma diversidade grande em relação a clima, tipo de solo e altitude. Também observamos a questão da semeadura, dentro do que é indicado pelo zoneamento agrícola, para não prejudicar os produtores", informou a coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl.
No total, foram avaliadas trinta cultivares de cinco obtentoras. A pesquisa foi dividida em ciclo precoce, médio/tardio. A coordenadora chama a atenção para alguns eventos ocorridos durante o experimento como em São Gabriel que teve infestação de azevém e São Luiz Gonzaga que registrou forte estiagem no mês de julho.
Na Região 1, o destaque ficou com a cultivar ORS 1403 que atingiu produtividade de 162,1 scs/ha (ciclo médio/tardio), em Vacaria. Kassiana comentou que este foi o maior resultado obtido desde que ela está à frente da pesquisa. Porém, ela chama a atenção para um fato. "Existem locais que pertencem a mesma região, mas trazem resultados bem diferentes", comentou. É o caso da cultivar campeã que em São Gabriel ficou em 79 scs/ha.
Já na Região 2, a maior produtividade registrada foi TBIO Ponteiro, com 127 scs/ha, em Cachoeira do Sul, também no ciclo médio/tardio. A coordenadora destacou a qualidade tecnológica nos resultados. "Nosso objetivo, como instituição de pesquisa, é, além de auxiliar o produtor, também analisar a qualidade para indústria moageira", explicou Kassiana
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A pesquisadora ressaltou a importância do aumento de produtividade. "O grande desafio que temos nas mãos é aumentar a média estadual. Sabemos que o custo de produção aumentou bastante. É um custo bastante alto e nós precisamos agir para que o produtor tenha uma maior lucratividade", avaliou ao se referir a um levantamento da Fecoagro/RS que indica um custo equivalente a 50,5 scs/ha, enquanto a produtividade média no Rio Grande do Sul ficou em 49,97 scs/ha.
Kassiana fez questão de reforçar o objetivo da pesquisa. "Temos objetivo, com o ECR, de aumentar a lucratividade através da escolha da cultivar. Não pretendemos mostrar quem produz mais. O que muitas vezes o produtor não percebe é a diferença de produtividade de uma cultivar para outra conforme a região. Esse é um número que choca quem vê por esse ângulo. O trigo é uma cultura muito técnica. Para ser triticultor tem que apostar mesmo na cultura e investir", descreveu.
* com informações da Farsul