Conheça a leguminosa que pode potencializar o trigo

Novas pesquisas são necessárias para melhorar a produção e as qualidades de fixação de nitrogênio

Em uma temporada atormentada por seca e altos preços de fertilizantes, os cientistas da Texas A&M AgriLife mostraram o que o guar oferece em uma rotação de culturas. "Guar é uma cultura tolerante à seca e de baixo consumo que não requer fertilizantes caros", disse Waltram Ravelombola, Ph.D., criador de culturas orgânicas e especiais no Texas A&M AgriLife Research and Extension Center - Vernon e Department of Soil and Ciências da colheita. "Sabemos que o guar melhora a saúde do solo e aumenta o rendimento do trigo que se segue, tornando-se uma boa cultura rotativa para os produtores considerarem nas Grandes Planícies do Sul".

Ravelombola está trabalhando no último ano de um projeto financiado por uma doação do Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura do Departamento de Agricultura dos EUA, intitulado "Aprimorando os Serviços Ecossistêmicos Através da Integração do Guar nos Sistemas de Cultivo de Trigo das Grandes Planícies do Sul". O projeto começou em 2018 e terminará este ano.

Guar é uma leguminosa, o que significa que suas raízes podem se associar com bactérias Rhizobium no solo para converter nitrogênio atmosférico. Lembram os feijões, têm cerca de 20 a 40% de seu peso constituídos na goma. Ela é de origem indiana e paquistanesa e muito cultivada nos EUA e em algumas regiões da Austrália e África. 

No entanto, novas pesquisas são necessárias para melhorar a produção e as qualidades de fixação de nitrogênio da cultura. Ravelombola disse que as variedades de guar que este projeto está trabalhando para melhorar foram lançadas há 35 anos ou mais. "Queremos oferecer aos agricultores mais opções para diversificar seus sistemas de cultivo", disse ele. “Por exemplo, com os preços dos fertilizantes tão altos como estão agora, se tivéssemos uma variedade que nodulasse melhor, poderia fixar mais nitrogênio atmosférico e deixar nitrogênio residual para a safra seguinte, reduzindo assim a necessidade de fertilizante sintético para a safra seguinte. ."

Objetivos de longo e curto prazo da pesquisa

O objetivo de longo prazo do estudo é aumentar e estabilizar a produção de guar nos EUA e aumentar a sustentabilidade dos sistemas de cultivo de trigo na região das Grandes Planícies do Sul. O objetivo imediato é quantificar o desenvolvimento das culturas de trigo e guar, produtividade, absorção e nodulação de nitrogênio e eficiência no uso da precipitação. Além disso, Ravelombola está estudando a dinâmica da ciclagem do nitrogênio no solo e a eficiência do uso do nitrogênio, armazenamento de carbono orgânico do solo e atividade biológica do solo.

A AgriLife Research está cultivando cerca de 400 tipos de guar em aproximadamente 8 acres em pequenas parcelas. Dois terrenos de pesquisa estão em Chillicothe, em 4 acres, e em Lockett, em 2 acres. Seu projeto também inclui pesquisa na fazenda em 1 acre com a New Deal Grain Co. Outro terreno de 1 acre fica perto de Lubbock, cultivado em cooperação com Calvin Trostle, Ph.D., Texas A&M AgriLife Extension Service, agrônomo de Lubbock.

"Guar é uma cultura tolerante ao calor e tolerante à seca", disse Trostle. “Na medida em que as mudanças climáticas tornam nosso clima mais quente e seco e podem influenciar as plantações do Texas, o guar terá um desempenho relativamente melhor em comparação com outras culturas que cultivamos”.

Ele disse que a literatura mais antiga relata que os rendimentos de algodão em terras secas aumentam em até 15% após guar versus em uma rotação de culturas de algodão-algodão, mas são necessárias mais pesquisas para avaliar essa descoberta com variedades modernas.

“Mais uma vez, o guar é uma leguminosa, e sempre que podemos obter uma leguminosa que cresça bem em clima seco – e nodule para fixar nitrogênio – isso é um benefício potencialmente grande para os agricultores e a estabilidade do sistema de cultivo”, disse Trostle.

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Guar é plantado de meados de maio a julho e colhido após o primeiro congelamento, que é usado para desfolhar as plantas, geralmente em outubro ou início de novembro. O guar pode ser colhido usando colheitadeiras que a maioria dos produtores de grãos já possui.

Neste último ano do projeto financiado por doações, Ravelombola disse que trabalhará para melhorar a fenotipagem do guar usando tecnologias como veículos aéreos não tripulados, UAV e modelagem de culturas 3D. Ele também vai investigar a base genética da fixação de nitrogênio no guar.

Maximizando a fixação de nitrogênio da cultura do guar

A fixação de nitrogênio é a capacidade da cultura, em cooperação com bactérias do solo, de absorver nitrogênio atmosférico e, assim, reduzir a necessidade de fertilizantes nitrogenados comerciais. O nitrogênio dessas leguminosas é uma forma de reduzir a incorporação de fertilizantes nitrogenados sintéticos. "A maior preocupação é que ainda há muita pesquisa necessária para os inoculantes certos para o guar", disse Ravelombola.

Vários microrganismos benéficos, ou inoculantes, podem ser aplicados ao solo ou à semente, mas nem todos são ideais para o guar. "Os inoculantes existentes são para soja, amendoim e feijão-caupi. A eficiência deles na fixação de nitrogênio no guar ainda é questionável", disse.

O teste em andamento de uma ampla gama de inoculantes existentes determinará o que pode ser adaptado para o guar, disse Ravelombola. Ele disse que eles esperam ter esse intervalo reduzido em mais um ano ou dois.

"Pode haver diferentes inoculantes que funcionam de maneira diferente com as diferentes cultivares", disse ele. "Queremos entender a base genética da fixação de nitrogênio - a resposta à adição do inoculante com base nos inoculantes e nos genótipos de guar."

Fazendo a safra de guar combinar com a estação

Outro objetivo é desenvolver um guar de curta temporada que será colhido até setembro se plantado em meados de junho. “Um guar de 90 dias seria ideal para uma rotação de culturas com trigo, especialmente se o trigo for cultivado para pastagem e grãos de propósito duplo”, disse Ravelombola.

O programa AgriLife Research tem linhas de reprodução para o ambiente do Texas, mas ele disse que também está testando as linhas da USDA Germoplasm Resources Information Network para encontrar alguma adaptada às condições do Texas.

Pode levar até cinco anos para desenvolver uma variedade de temporada curta, e ele só começou a avaliar essas linhagens no ano passado. O processo se repetirá este ano e, em seguida, os três anos seguintes incluirão testes avançados de rendimento.

O Marketplace existe, o processamento nas proximidades não

Embora os agricultores não tenham sido rápidos em adotar o guar, Ravelombola espera que isso mude quando a pesquisa for finalizada e divulgada aos produtores. "Sabemos que o guar é uma excelente cultura rotativa", disse. "Pode ajudar a diversificar os sistemas de cultivo dos agricultores da região. Também é uma cultura lucrativa de se cultivar."

Trostle disse que esta pesquisa está ajudando a se preparar para o dia em que a economia favorável retornará para o guar cultivado nos EUA. Embora o guar seja um mercado de importação anual de US$ 1 bilhão para os EUA, a produção internacional tem sido barata desde cerca de 2014, tornando difícil para a agricultura e o processamento dos EUA competir, especialmente quando os preços de outras safras atuais, como algodão, sorgo e gergelim, estão próximos ou próximos. recordes. No entanto, quando a produção de guar for retomada nos EUA, os agricultores poderão ter uma opção de seguro de colheita.

Trostle está atualmente trabalhando em um subcontrato com a Agência de Gerenciamento de Riscos do USDA para desenvolver diretrizes para avaliar o guar quanto a danos nas plantações e potencial de rendimento subsequente.

“Esse processo começou em 2018 com reuniões de escuta de produtores em Brownfield e Vernon”, disse Trostle. "Os agricultores nessas reuniões indicaram que o seguro agrícola lhes permitiria dobrar a área plantada prontamente."