A soja é cultivada em 20 estados

Publicado no dia 31/01/2022 às 16h44min
A era da soja como principal cultura agrícola no País se solidificou no início do novo milênio, com maior expansão na área do cerrado brasileiro, após seu início com plantio comercial nos anos de 1960 no RS

A era da soja como principal cultura agrícola no País se solidificou no início do novo milênio, com maior expansão na área do cerrado brasileiro, após seu início com plantio comercial nos anos de 1960 no Rio Grande do Sul. No ciclo 1976/77, conforme a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) então iniciada, sete estados plantavam o grão: na sequência de maior área, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. No período 2020/21, foram 20 estados com plantio, destacando-se na safra o crescimento de área em Minas Gerais, no Sudeste (com 15,3% sobre o ano anterior, 11% na região), e no Pará, ao Norte (20%, com índice de 10,5% na região).


O atual líder na produção brasileira da leguminosa, o Mato Grosso, no Centro-Oeste, assumiu esta condição em 2000, ultrapassando os sulistas Rio Grande do Sul e Paraná, que até então estavam à frente, passando os paranaenses à liderança em 1996, enquanto ultimamente ambos se revezam na vice-liderança, com os gaúchos ocupando esta posição em 2021. O atual quinto colocado, Mato Grosso do Sul, apareceu na produção na etapa 1977/78, a nordestina Bahia (sétimo) e Distrito Federal, no ciclo 1979/80; e ainda no Nordeste e Norte, o Maranhão, na temporada 1984/85; Rondônia e Alagoas, no ano seguinte; Tocantins e Piauí, na fase 1987/88; Pará, na safra 1997/98, Roraima e Amazonas, na temporada 2001/02, e Amapá, no ciclo 2016/17. No ano a seguir, depois de períodos sem produção, Alagoas e Amazonas voltaram à atividade e se inseriu o Acre, integrando assim, embora ainda com pouca representatividade, todos os estados nortistas.

A área total de soja no País chegou a crescer 454,5%, de 6,9 para 38,5 milhões de hectares, entre o ciclo 1976/77 e a safra 2020/21, e a produção teve evolução superior a 10.000% (de 12,1 millhões de toneladas para 135,9 milhões de toneladas), porque a produtividade evoluiu mais de 100%, de 1.748 a 3.527 quilos por hectare, tendo o Paraná na liderança deste quesito no período inicial, com 2.091 kg/ha e a Bahia em 2021 (com 4.020 kg/ha, obtidos na produção concentrada no cerrado do Extremo Oeste do Estado). Bahia, Maranhão, Tocantins e Piauí formam o conhecido Matopiba, no cerrado do Nordeste/Norte, que apresentou forte avanço em períodos recentes, após incremento no mesmo bioma do Centro-Oeste, porém agora mostra ritmo menos intenso, ocorrendo uma expansão mais distribuída nas regiões e com maior ocupação de áreas de pastagens.

AUMENTO GERAL - Entre os maiores produtores, todos apresentaram aumento no cultivo e na produção recordes da safra 2020/21 em relação à anterior, com exceção do sulista Paraná (agora o terceiro), que foi muito afetado pelo clima, como havia acontecido no ano anterior com o Rio Grande do Sul (agora segundo), além do nortista Tocantins (nono). Por isso, o Paraná teve recuo de 8%, conforme a Conab, ou 5%, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Estado, enquanto o Rio Grande do Sul, em recuperação, incrementou o volume em mais de 80% sobre o período antecedente, de acordo com a Conab e também a empresa de assistência técnica estadual, a Emater/RS-Ascar.

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No líder Mato Grosso, a Conab observou menor produtividade (2,8%) e produção estável na temporada 2020/21, com 2,9% de aumento de área, mas o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apurou acréscimo no volume produzido, de 35,40 para 36,05 milhões de toneladas, com área 4,7% maior (passando de 9,99 a 10,46 milhões hectares no total estadual). Para a próxima safra do grão, os órgãos estaduais preveem novo incremento de área nos três maiores produtores: de respectivos 3,59% (Mato Grosso), 3,62% (Rio Grande do Sul) e 1% (Paraná), mantendo o avanço no espaço que, de modo geral, o País, nos mais diversos estados, dedica à sua principal cultura.
(Texto do Anuário Brasileiro da Soja 2021, da Editora Gazeta)

Fonte: EDITORA GAZETA

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