Bienalidade positiva não impede expectativa desfavorável sobre safra de café mineira, diz Emater

Publicado no dia 12/01/2022 às 11h57min
Clima adverso e dificuldade em comprar fertilizantes estão ligados ao cenário

As expectativas sobre as lavouras de café em Minas Gerais são pessimistas, apesar de 2022 ser um ano de bienalidade positiva com maior potencial produtivo. Condições climáticas adversas enfrentadas no ano passado, com períodos prolongados de seca e muito calor na época das floradas estão ligados ao cenário negativo, acentuado pelos cafezais prejudicados pelas geadas ocorridas no último inverno.

A análise é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/ MG), divulgada na última terça-feira (11). A esperança de uma boa safra em 2022 foi derrubada em dezembro passado.

“Infelizmente, houve um baixo vingamento dos frutos e se restringiu em algumas regiões a uma única florada. Isso foi devido a algumas questões climáticas que enfrentamos aqui no Sul de Minas, como a geada, em julho e agosto, e o longo período de estiagem, que em alguns municípios foi superior a 100 dias. Embora o cafeeiro precise de um pouco de estresse hídrico, no último ano esse fenômeno foi muito acima do esperado, o que acarretou esse baixo pegamento”, explica o gerente regional da Emater em Guaxupé, Willem de Araújo.

Os ramos e as rosetas, onde são inseridos os grãos, estão com metade do que seria esperado para esse período do ano, o que terá impacto negativo no volume da próxima safra. “Possivelmente, a colheita ficará no máximo no mesmo nível de 2021, que era um ano de baixa produção, de acordo com a característica bianual dos cafeeiros”, lamentou o gerente.

O gerente da Emater-MG aponta ainda, além do clima, outro fator de preocupação quanto ao desempenho da cafeicultura no Estado de Minas, em 2022. “Os produtores de café também enfrentaram outro problema, em novembro e dezembro, que foi a escassez de fertilizantes. Muitos começaram a realizar a primeira adubação do ciclo no final de dezembro, e o café necessita no mínimo três a quatro adubações, durante o período de formação dos frutos até a colheita”, relata.

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Queda na produção
De acordo com o quarto e último levantamento de estimativa de safra de 2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em dezembro, o volume total de café (arábica e conilon) produzido no país foi de 47,716 milhões de sacas do produto beneficiado. Este resultado foi 24,4% menor do que o obtido no ano de 2020.

Em Minas Gerais, a produção ficou em 22,142 milhões de sacas de café beneficiado, com queda de 36,1% em relação ao volume obtido em 2020 e 9,8% abaixo do total colhido em 2019 (última safra de bienalidade negativa). 

Desse total, cerca de 11,751 milhões de sacas foram colhidas nas regiões Sul e Centro-Oeste do estado, onde as condições climáticas durante o último ciclo da lavoura foram especialmente desfavoráveis, com escassez de chuvas e ocorrência de geadas. Tanto que o resultado ficou abaixo da média estadual, com queda de 38,6% em relação ao total produzido em 2020.
 

 

Informações por Emater/ MG

Fonte: SBA

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