Estância Bahia e fazendeiros de MT encerram contas no Bradesco em protesto à propaganda
Produtores também fizeram protesto nesta segunda-feira (3) e distribuíram espetinho para a população, na porta das agências Bradesco em todo o Brasil
O grupo de leilões Estância Bahia e produtores rurais de Mato Grosso, a exemplo de fazendeiros de outros estados, tomaram a iniciativa de repudiar o Banco Bradesco, em razão de uma propaganda que ataca o agronegócio, por meio de um boicote.
Por meio de um comunicado, a empresa, que começou com leilões de gado no interior do Estado, comunicou o fechamento de contas bancárias na instituição após 40 anos de relacionamento.
“Em respeito à pecuária brasileira e indignados com o ato de insanidade do Bradesco, que viola os nossos mais de 40 anos de relacionamento bancário, retiramos 100% de nossa movimentação financeira do Instituição. Um ataque desnecessário que trabalha contra o setor que alimenta o mundo e movimenta a economia brasileira”, informou a Estância Bahia.
Além da empresa de leilões, diversos produtores rurais de Mato Grosso também teriam aderido ao boicote mais radical, optando pelo fechamento das contas na instituição.
O diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, confirmou que alguns produtores tomaram a decisão, mas ressaltou que se tratou de uma escolha pessoal e não institucional. Ele ainda disse que a Acrimat não tem conta no Bradesco e respeita a instituição, embora a propaganda tenha sido uma “má ideia”.
Propaganda x discurso errado
No dia 23 de dezembro, passou a ser veiculada nas redes sociais uma propaganda na qual três influencers digitais comentavam formas de auxiliar na redução do efeito estufa e aquecimento global. A primeira delas seria a redução do consumo de carne, visto que, segundo elas, o gado é um dos principais causadores do gás metano.
A propaganda não repercutiu bem entre a classe produtora, que afirmou que o discurso passa informação errônea e sem explicação à população, apenas com o intuito de destruir o agronegócio.
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“A gente entende que algumas pessoas possam não querer comer carne, isso é uma decisão de cada um, mas a gente entende que a propaganda da segunda sem carne, com intuito de achar que com isso vai ajudar o planeta, não concordamos de jeito nenhum. Sabemos que os bovinos emitem o gás metano, mas infinitamente menos do que os lixões, a indústria, muito menos CO2 do que os automóveis. Então, foi um protesto”, colocou o diretor da Acrimat.
Manzi destacou que os produtores ficaram incomodados com a propaganda negativa e, por isso, organizaram na segunda-feira (3), um protesto em frente às agências do Bradesco em Mato Grosso.
Em Canarana, a movimentação ocorreu em frente a agência, na Avenida RS, no centro da cidade. Produtores assaram churrasco e distribuíram mil espetinhos e refrigerantes para a população local.
(Com informações RepórterMT)