MT: 41% dos criadores não irão confinar

Publicado no dia 18/11/2021 às 11h51min
Fator mais importante é a suspensão das exportações de carne bovina para a China

Em outubo, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) realizou o último levantamento das intenções de confinamento para 2021 no estado de Mato Grosso. A pesquisa contou com a participação de 138 produtores, o equivalente a 75,41% da amostra total.


Cerca de 59,00% dos entrevistados informaram que confinaram ou pretendem confinar em 2021, enquanto aproximadamente 41,00% não irão realizar o confinamento. O volume consolidado foi de 837.770 animais, decréscimo de 5,32% ante o levantamento de julho, mas 1,84% acima do consolidado de 2020.

Isso ocorreu mediante a conjuntura atual do mercado, que pressionou a arroba e fez com que os confinadores buscassem alternativas para a entrega dos seus animais. Para se ter ideia, o pico de oferta que era para ocorrer em outubro, como foi em 2020, foi redistribuído nos últimos dois meses do ano. Dentre as medidas mencionadas, uma parcela dos informantes relatou ter destinado seus animais ao pasto, como também alterou a formulação da ração ofertada no cocho no intuito de tardar a engorda. 

Em setembro houve a confirmação dos casos atípicos da “vaca louca” no estado, uma das consequências imediatas desse cenário foi a suspensão das exportações para alguns países compradores de carne bovina mato-grossense, dentre eles, a China (principal player consumidor). Com a ausência e sem retorno pré-estabelecido desse importante comprador, a arroba do boi gordo que vinha alcançando elevados patamares e influenciando na tomada de decisão de vários confinadores de Mato Grosso, começou a ser pressionada. A queda passou a ser relatada em setembro, mas registrou decréscimos mais agressivos em outubro. A arroba saiu da casa dos R$ 300 para R$ 242 em outubro.

Esse decréscimo mais agressivo nos preços do boi gordo foi a principal preocupação relatada pelos entrevistados nesse último levantamento, correspondendo com 50,00% da amostra. Além disso, cerca de 29,00% dos informantes relataram receio com os preços dos insumos, principalmente por conta da valorização do milho e farelo de soja.

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Quando se analisa as macrorregiões do estado, a que mais impactou para essa variação negativa foi a sudeste, com queda de 39,31% na quantidade de animais. Esse resultado está associado àqueles que iriam para o terceiro giro de confinamento, ao qual a procura e a destinação deles ocorre com mais intensidade no último trimestre do ano. Já as regiões centro-sul, médio-norte e oeste registraram acréscimos no volume de bovinos pois a garantia desses animais ocorreu mais cedo e a entrega, em sua maioria, se concentrou no mês de outubro.

Por fim, mesmo que a capacidade estática tenha aumentado nas instalações, diante da conjuntura atual, o percentual de utilização reduziu de 100,20% em 2020 para 82,90% em 2021 na média mato-grossense.

Fonte: Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski

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