Empresários pedem que governo brasileiro apoie mercado de carbono na COP26

Publicado no dia 14/10/2021 às 16h00min
Segundo informações apresentadas por conselho de empresários, mercado de carbono pode movimentar US$ 167 bilhões ao ano em 2030

Empresários brasileiros reforçam ao governo brasileiro a importância da regulamentação do mercado de carbono e pedem que esse dispositivo seja apoiado pelo Estado durante a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 26, que será realizada no próximo mês, em Glasgow, Escócia. A posição do setor empresarial foi apresentada nesta quarta-feira, 13, em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Segundo comunicado do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que participou do encontro, o governo deve ainda atuar com a criação de instrumentos de mercado para o comércio de reduções de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

 

 

Segundo informações divulgadas pelo conselho, a regulamentação desses instrumentos, previstos no Artigo 6 do Acordo de Paris, é discutida desde 2015 e pode gerar um comércio de US$ 167 bilhões ao ano em 2030 e de US$ 347 bilhões ao ano em 2050, segundo estimativa da International Emissions Trading Association. O Brasil é um dos países com maior potencial de venda de créditos e pode gerar receitas líquidas de até US$ 72 bilhões até 2030², de acordo com estimativa do Environmental Defense Fund.

“Chegar a um entendimento definitivo sobre as regras é fundamental para a retomada econômica verde brasileira”, afirmou Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que lidera essa iniciativa do setor privado. “Esses instrumentos trarão recursos financeiros que vão gerar empregos e ampliar a tecnologia do Brasil rumo a uma economia de baixo carbono”, complementa.

Uma nota técnica que o CEBDS lançará sobre o assunto, com recomendações ao Governo Federal, aponta que “o Artigo 6 é uma janela de oportunidade para o Brasil, que poderá não só escoar seus [créditos] offsets florestais e agrícolas, valorizando assim grandes ativos naturais que o país possui, mas também engajar nosso setor privado num comércio global de emissões na sua trajetória de neutralização”. O CEBDS reúne 77 grupos empresariais com atuação no Brasil, responsáveis por 47% do PIB nacional e 1,1 milhão de empregos.

A regulamentação exige, entre outras coisas, a criação de ajustes nos compromissos de redução de emissões dos países para evitar dupla contagem. Ou seja, quando um país compra créditos de carbono para cumprir seus compromissos, o país que vende não pode usar os mesmos créditos para cumprir as suas metas. Em compensação, o país que vende os créditos recebe recursos externos que vão financiar investimentos para a redução de emissões.

 â??

Os créditos de carbono negociados com essas regras de ajustes valerão mais no mercado do que aqueles com risco de dupla contagem porque haverá mais clareza sobre o impacto deles na redução global de emissões. Diante disso, a maioria das nações da União Europeia (com perfil comprador para compensar suas emissões) e muitos países em desenvolvimento com grandes áreas florestais (e maior potencial de venda de créditos) estão entre os 32 signatários dos Princípios de San José, que incluem o compromisso com os ajustes para evitar dupla contagem. O Brasil, no entanto, não faz parte desse grupo.

Fonte: Canal Rural

Fale Conosco

RUA B 21 QUADRA 25 CASA 05 ITANHANGA UM CEP 75680 456 Caldas Novas/GO
(66) 9995-30168 | (64) 3453-5179 | (66) 99953-0168
contato@portalghf.com.br