Custos de produção no leite sobem 14% no ano
Já preço pago ao produtor subiu apenas 6% no mesmo período
Segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) desde o início do ano os custos de produção vem pressionando a atividade leiteira. No período a alta foi de 14% enquanto o preço do leite pago ao produtor avançou 6%.
Em relação aos insumos a estiagem prejudica a alimentação volumosa do rebanho e reflete na elevação sobretudo dos insumos ligados ao manejo nutricional (como concentrado e suplementação mineral), e tem desestimulado investimentos na atividade e, consequentemente, impedido um ajustamento rápido da oferta à demanda.
Em agosto o preço do leite ao produtor voltou a subir devido a competição das indústrias pela compra de matéria-prima. O leite captado em agosto e pago ao produtor em setembro teve avanço de 1% em relação ao mês anterior, atingindo R$ 2,3827/litro na Média Brasil líquida, 2,5% acima da registrada em setembro de 2020, em termos reais. Trata-se, também, de um novo recorde real da série histórica do Cepea.
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Agentes de mercado consultados pelo Cepea afirmaram que a demanda por lácteos não se recuperou como previsto e que as negociações estão enfraquecidas desde a segunda quinzena de agosto. Com a matéria-prima mais cara e com dificuldades em realizar o repasse da alta no campo ao consumidor, as indústrias de laticínios têm intensificado a concorrência na venda de derivados.
A pressão dos canais de distribuição tem resultado em desvalorização dos lácteos, prejudicado a capacidade de pagamento dos laticínios. Além da demanda enfraquecida, o aumento das importações pode frear o movimento de valorização do leite ao produtor no próximo mês. Porém, tudo irá depender das condições climáticas e do volume de chuvas no período.