Semana pode ter granizo no Sul e Sudeste; nova frente fria chega até sexta-feira
Confira as áreas que podem ser atingidas pelo fenômeno, que deve acontecer pelo menos até quarta-feira
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Apesar do baixo acumulado de chuva previsto para o Sul e para a faixa leste do Sudeste para esta semana, as precipitações associadas com áreas de instabilidade devem vir acompanhadas de granizo. A segunda-feira já começou caótica na Região Metropolitana de Curitiba (PR), com gelo acumulado no solo. E a tendência é de que o fenômeno continue acontecendo até pelo menos a quarta-feira, 18.
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O granizo pode alcançar áreas de hortifruticultura do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, trigo da região Sul e algumas áreas de café do sul e Zona da Mata de Minas Gerais e de cana-de-açúcar do interior de São Paulo.
Além disso, o calor aumentará em todo o país. Até mesmo o Rio Grande do Sul deverá ter máximas acima dos 33 °C na quinta-feira, 19. No entanto, entre a próxima sexta-feira, 20, e o fim de semana, uma frente fria será capaz de trazer o frio novamente ao Sul e à faixa leste da Região Sudeste. Por conta da grande diferença de temperatura, há risco de vendaval, sobretudo no Rio Grande do Sul. As geadas fracas vão acontecer apenas em território gaúcho na serra de Santa Catarina nas madrugadas de sábado, 21, e domingo, 22, e não devem trazer prejuízos à agricultura de uma forma geral.
Ainda nesta semana há previsão de chuva forte entre o litoral sul da Bahia e da Paraíba, o que ajuda o desenvolvimento de pastagens, milho, feijão, cacau, cana-de-açúcar e mandioca. Mesmo assim, estimam-se perdas na terceira safra do milho que é cultivado no Sealba (Sergipe, Alagoas e parte da Bahia). A chuva foi irregular entre março e julho reduzindo a produção na região. Na Região Norte, a chuva mais intensa ocorre em Roraima, Amazonas e Acre.
Tempo na próxima semana
Na semana que vem, entre os dias 23 e 29 de agosto, há previsão de chuva mais intensa sobre o leste da Região Sul (especialmente em Santa Catarina) e de São Paulo. Uma nova queda de temperatura acontecerá na quinta-feira da semana que vem, 26, mas a geada novamente alcançará o Rio Grande do Sul e a Serra Catarinense.
Além disso, a chance de algumas pancadas de chuva sobre o Centro-Oeste aumenta, especialmente no oeste e noroeste de Mato Grosso, precipitação normalmente ligada à florada das mangueiras, mas que pode piorar a qualidade da pluma do algodão. No Nordeste, a chuva será mais intensa sobre Alagoas e Pernambuco, enquanto na região Norte, a precipitação forte acontecerá sobre o Pará, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre.
Chuva acumulada na semana
Os últimos sete dias foram caracterizados por pouca chuva no Brasil, algo normal para o mês de agosto. Algumas poucas áreas receberam chuva mais intensa, casos do sul e leste do Paraná, sul do Espírito Santo, leste de Pernambuco e da Paraíba, todos com 75 milímetros. Na região Norte, a chuva forte foi observada em Belém (PA), oeste do Pará, Amazonas e Roraima. Fez frio no Sul e na faixa leste do Sudeste, mas o calor dominou a maior parte do Brasil. Ontem, fez 39 °C em São Félix do Araguaia (MT).
Desempenho das lavouras
As notícias ainda giram em torno da estiagem e das geadas. No Paraná, de acordo com a Companhia Nacional de Alimentação (Conab), o desempenho estimado das lavouras de milho segunda safra no Paraná foi fortemente afetado pelas condições climáticas adversas. As baixas temperaturas aliadas à restrição hídrica refletiram em queda na expectativa da produtividade em 48%. Já em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul) divulgou boletim semanal informando que colheita alcançou 20% e há produtividade que vai de 8 a 100 sacas por hectares. Mas os maiores rendimentos correspondem a apenas 1% das áreas instaladas.
De forma geral, a estiagem e as geadas prejudicaram consideravelmente o milho, tanto que 63% das áreas são consideradas ruins. Até por isso, houve grande aumento de produtores que acionaram o seguro agrícola nas últimas semanas.
Em Mato Grosso, a colheita do milho praticamente terminou, mas a colheita do algodão prossegue. A Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT) orienta que durante o período de estiagem, que vai até o mês de outubro, não se opere maquinário em áreas rurais entre as 10h e 15h. Nesse período do dia há risco de se provocar um incêndio, que pode tomar grandes proporções pela baixa umidade.
Em Minas Gerais, a geada fez estragos nas lavouras de café. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) calcula que pelo menos 19% das áreas produtivas do grão no sul do estado e no Triângulo Mineiro foram afetadas. Cerca de 9.500 cafeicultores tiveram perdas que vão comprometer a safra de 2022.
Até pelo menos o fim da primeira quinzena de setembro, período que marca a permissão para início da instalação da soja em parte do Brasil, não há previsão de chuva regular nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. As precipitações mais intensas estão previstas sobre o Rio Grande do Sul, favorável para o plantio do milho, e faixa leste da região Sudeste.