Soja: armazenagem própria deve ser estratégia de produtores para nova safra

Publicado no dia 05/08/2021 às 16h41min
Em painel realizado para celebrar a abertura da 10ª temporada do projeto Soja Brasil, representantes das principais entidades do setor discutiram desafios e as possíveis soluções para a nova safra de soja

Foto: Wenderson Araujo-Trilux/CNA

Em painel organizado pelo projeto Soja Brasil nesta quinta-feira, 5, representantes de importantes entidades do setor se reuniram para discutir os desafios para a produção e suas possíveis soluções para a nova safra de soja. A armazenagem foi apontado como principal problema para esse segmento da agricultura brasileira. “Temos relatos de produtor colhendo safra com 25% de umidade, sem ter onde armazenar”, relata o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan. O debate celebrou a abertura da 10ª temporada do projeto Soja Brasil.

Segundo Galvan, é preciso buscar um meio para que o produtor rural consiga armazenar a soja em sua propriedade. Usando os Estados Unidos como exemplo, ele disse que o país tem capacidade para armazenar até o dobro do que produz. Thiago Rocha, consultor de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), aponta que as propriedades americanas armazenam de 75% a 80% do que é produzido.

“Aqui, temos a visão errada de que o armazém é apenas para suportar [a produção], como se fosse um pulmão. Colho, armazeno e entrego”, ressaltou Rocha. Porém, pelo gargalo representado pela falta de investimento em armazenagem, as perdas na soja se tornam frequentes. “Às vezes, nós que temos que juntar duas safras e deixar no tempo, estragando”, lamenta o presidente da Aprosoja Brasil.

Considerando que a armazenagem é a maior deficiência no Brasil, a Aprosoja-MT lançou recentemente o projeto “Armazém para Todos”, que visa facilitar o acesso dos produtores ao crédito. “Temos que mostrar ao governo federal que a safra garantida é aquela que está no armazém. Não aquela que está plantada, para ser colhida. É aquela que está lá para ser colhida”, declarou Galvan.

Dessa forma, é esperado que seja perdida uma menor quantidade do produto, o que aumenta o volume disponível para ser negociado, bem como possibilita a oferta de soja brasileira de maior qualidade.

Fonte: Canal Rural Por Henrique Oliveira, de So Paulo

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