Bem-estar e instalações de vacas leiteiras: como o conforto aumenta a produção de leite?

Publicado no dia 05/08/2021 às 16h57min
Bem-estar e instalações de vacas leiteiras: como o conforto aumenta a produção de leite?

Hoje (05/08) realizamos nosso segundo encontro do Interleite Experience, o mais completo e atual evento sobre pecuária leiteira do país. Com dinamismo e objetividade levamos aos 1200 nscritos, os mais novos conhecimentos sobre bem-estar e instalações, e reprodução e genética de bovinos leiteiros.

Com oferecimento do Sebrae, nosso primeiro painel do dia trouxe como tema “Bem-estar e instalações para gado leiteiro.” Hayla Fernandes, Médica Veterinária formada pela Universidade Federal de Goiás e administrada do perfil vaca feliz, iniciou nossa tarde de palestras pontuando o que é necessário saber antes de construir um barracão.

Inicialmente, Hayla destacou que “é preciso pensar primeiramente no negócio.” Neste sentido, destacou pontos como: produção de volumoso, viabilidade do negócio, preparação da fazenda e sucessão.  Além disso, Fernandes pontuou que “o barracão é um investimento de 20 a 30 anos ‘para frente’”.

Hayla detalhou como deve ser feita a construção do barracão e enfatizou a importância do layout, envolvendo pontos como o próprio barracão, ordenha e fábrica de ração, destacando que “é super importante que as vacas tenham um caminho e o trator [de ração] outro.” Além disso, ressaltou que “o barracão não deve estar localizado debaixo de linhas de transmissão de energia.”

Em seguida, Flávio Damasceno, Professor Adjunto no Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), trouxe os quais são os principais problemas estruturais em compost barn. Damasceno frisou que “existem erros que são bastante comuns na construção do compost barn”, sendo eles devido à falta de conhecimento técnico, falhas no projeto, qualidade do material de construção e controle de custos e tempo.

Durante sua apresentação, Flávio expôs os detalhes construtivos dos galpões, ressaltando que um erro bastante comum durante este processo é “a replicação de projetos.” De acordo com Damasceno, é preciso considerar as características de cada região na concepção do projeto de construção de cada galpão.

Ainda falando sobre compost barn, Expedito Netto, agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), analista de agronegócios do Sebrea-MG e integrante da equipe Educampo, trouxe o questionamento se o compost barn é uma alternativa viável para a produção de leite brasileira.

Atualmente, Netto salientou que o compost barn “ganhou uma variabilidade de aplicações que conferem uma grande variabilidade de resultados deste sistema.” Expedito expôs dados sobre o assunto, trazendo informações da evolução do indicador de produção de leite por vaca no compost barn em todas as épocas do ano.

O palestrante também abordou pontos como contagem de células somáticas (CCS), custos de e resultados econômicos, concluindo que “o compost barn é uma alternativa viável para a produção de leite no Brasil e em outros países tropicais, mas que definitivamente esse não é um sistema para qualquer fazenda.”

Além do compost barn, outro tema em alta na pecuária leiteira é o enriquecimento ambiental. Com isso, Lívia Magalhães, Zootecnista e Coordenadora de projetos na FAZU em Uberaba/MR, abordou esta temática no Interleite Experience.

Em sua palestra, Magalhães explicou como é possível trazer o enriquecimento ambiental para dentro da fazenda, apontando sua relação com o bem-estar animal e produtividade. Deste modo, Lívia frisou que “um animal com boa saúde, bem alimentado e com bom comportamento automaticamente passa a ser mais produtivo.”

Finalizando nosso painel sobre bem-estar e instalações, Adriano Seddon, Médico Veterinário e criador do primeiro compost barn no Brasil abordou estratégias para o resfriamento de vacas leiteiras em diferentes cenários.

Seddon ressaltou que “se não resfriarmos as vacas, nunca vamos conseguir tirar o máximo de leite dessas vacas e nunca vamos ter o máximo que elas poderiam ter de saúde e reprodução.” Neste sentido, ele explicou que a primeira coisa a ser feita para o resfriamento “é prover sombra para a vaca.” Além disso, Adriano destacou que “é essencial que as vacas tenham resfriamento na sala de espera em qualquer sistema de produção.”

Após as palestras, tivemos um bate-papo com todos os palestrantes moderado por Stephanie Gonsales, Zootecnista e integrante da equipe do MilkPoint. No debate, foi colocada em questão a  projeção ideal do cocho no barracão. Neste sentido, Hayla disse que “o tamanho do cocho depende do tamanho do rebanho e como será realizado o manejo alimentar.” Além disso, Fernandes enfatizou que “apertar as vacas não é um bom negócio.”

Ainda sobre essa questão, Adriano completou dizendo que ao reduzir muito a área do cocho “cai muito a ingestão de matéria seca” e finalizou pontuando que, dessa forma, “no final, a fazenda perde cerca de 2 a 2,5 litros de leite por vaca.”

Dando continuidade ao questionamento, Lívia salientou ainda mais a importância das dimensões do cocho quando se trabalha com vacas no pré-parto, pontuando que “para o animal no pré-parto isto [a dimensão do cocho] é ainda mais importante.”

Em relação  área de cama do barracão, Flávio destacou que esta é projetada em função da densidade animal, salientando que “o manejo da cama é onde vai impactar mais no barracão."

No bate-papo, também foi questionado qual é o fator crítico para a implantação do compost barn nas propriedades leiteiras. Nesta perspectiva, para Expedito, “a gestão do fluxo de caixa é fundamental para a sobrevivência do sistema.”

Saímos deste painel com nossos conhecimentos e insights sobre bem-estar e instalação para vacas leiteiras renovados e atualizados! E você, ainda não se inscreveu no maior simpósio sobre pecuária leiteira do Brasil? Se inscreva agora! Entre no site, confira a programação completa e faça sua inscrição. Lembrando que você não perde nada, visto que os conteúdos ficarão disponíveis por 90 dias após o evento!

Fonte: MilkPoint.

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