Cerca de 800 produtores devem participar de programa com foco em sequestro de carbono

Publicado no dia 27/05/2021 às 11h43min
Cerca de 800 produtores devem participar de programa com foco em sequestro de carbono

Cerca de 800 produtores rurais devem integrar o programa Pró Carbono na safra 2021/2022. Isso representa o dobro de participantes do ano anterior, quando a iniciativa começou. A ideia é promover práticas sustentáveis na agricultura, que ajudam a sequestrar carbono, e recompensar os agricultores financeiramente.

O Pró Carbono é uma iniciativa da Bayer, que acredita que o produtor rural precisa participar ativamente das discussões sobre a emissão de gases do efeito estufa. “Fazemos parte dos agentes emissores, e, além disso, a agricultura também é uma das mais prejudicadas pelo aquecimento global. Pequenas variações na temperatura média podem, sim, impactar a segurança alimentar”, diz Mateus Barros, diretor de Digital e Desenvolvimento de Novos Negócios da empresa na América Latina.

Mas parte da solução também pode vir da agricultura, segundo a Bayer. “Temos dados de muitos anos que demonstram que a adoção em larga escala de práticas agronômicas reduzem emissão e sequestram excedente de carbono”, diz Barros.


A companhia reforça que todas as recomendações feitas aos produtores estarão apoiadas na ciência. Para isso, vários parceiros da academia, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Federação de Plantio Direto, vão participar da construção da metodologia de trabalho.

“Teremos um empenho muito grande para que os agricultores, aqueles que estiverem fazendo tudo corretamente, sejam recompensados, reconhecidos, inclusive financeiramente”, destaca Pereira. Ele lembra que o consumidor mundial está cada vez mais preocupado com a pegada de carbono dos alimentos. Dessa forma, é um caminho sem volta.

Sequestrar carbono? Como assim?
O programa Pró Carbono ficará com inscrições abertas até julho deste ano, para que as avaliações de carbono e solo possam começar a partir de agosto, acompanhando o calendário da safra 2021/22, que começa em setembro.

Entre as exigências, as fazendas cadastradas não poderão ter áreas desmatadas após 2008, nem estar em áreas indígenas ou quilombolas. Basicamente, as irregularidades mais graves previstas pelo Código Florestal brasileiro impediram o acesso.

“Mas se ele tiver uma adequação sendo implementada, isso será respeitado”, diz Fábio Passos, diretor de Negócios de Carbono da Bayer na América Latina. “Não necessariamente quem está no período de adequação não pode entrar”. A Agrotools ficará responsável pelas avaliações.

Após a aprovação, a Bayer vai solicitar um talhão aos produtores, de 30 a 100 hectares, para participar. A ideia é que os agricultores experimentem as técnicas nesses espaços para que possam ter contraste com o restante da área. Dessa forma, os ganhos ficarão claros e a tecnologia poderá ser replicada ao restante das lavouras.

Nesses espaços selecionados, serão trabalhados fortemente dois pilares: a intensificação de práticas sustentáveis, como o plantio direto, culturas de cobertura e rotação de culturas; e impulsionadores de produtividade, como melhorias na aplicação de insumos e mudanças na densidade das plantas.

“Estamos falando de aumentar a produção em uma área já convertida e reduzir o carbono”, reforça o diretor de Sustentabilidade da divisão agrícola da empresa para a América Latina, Eduardo Bastos. Além disso, a Bayer está buscando parcerias com instituições financeiras e outras empresas para oferecer benefícios aos agricultores, como linhas de crédito diferenciadas, além de avançar com o mercado de carbono no Brasil e no mundo.

Para possibilitar o acompanhamento detalhado do trabalho, os produtores terão que aderir à plataforma Climate FieldView da Bayer. Isso, segundo a companhia, vai garantir transparência nos dados e segurança aos participantes.

A Bayer destaca que o agricultor não terá um custo fixo, já que as sugestões agronômicas serão personalizadas, acompanhando a realidade e necessidade de cada propriedade rural.
A companhia lembra que é um projeto de longo prazo: os produtores vão aderir ao programa por três anos.

Desafios para executar o projeto
O sistema de plantio direto foi criado há quase 50 anos. No Brasil, 95% dos produtores dizem ter aderido à técnica, porém, apenas 15% ou 20% a executa da forma correta. “Precisamos alavancar isso de forma significativa”, diz Mateus Barros.

Mas como fazer o plantio direto deslanchar? Para a empresa, a resposta é simples: pelo exemplo. Os agricultores que participam da iniciativa serão uma vitrine para os demais, que entenderão na prática as vantagens de se produzir de forma sustentável.

“Esses produtores vão nos ajudar a contar essa história, de que se eles fizerem essas práticas, potencialmente vão aumentar sua produtividade e vender crédito de carbono. A partir do momento que você gera valor, consegue trazer essa maior de agricultores”, afirma o diretor de Digital.

Fonte: Canal Rural Por Jos Florentino, de So Paulo

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