DEGRADAÇÃO Aumento de produtividade passa obrigatoriamente pelo cuidado com as pastagens
Recuperação de pastos degradados é fundamental para ampliar a produção e a lotação de animais
Ao longo de muitas décadas, por não ser considerada uma cultura, as pastagens tiveram pouca atenção por parte de muitos pecuaristas. O uso em excesso e poucos cuidados, resultou em uma enorme quantidade de áreas degradadas. Segundo a Embrapa Agrobiologia, no Brasil existem aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens nativas ou implantadas, dos quais estima-se que cerca de 130 milhões estejam degradados e necessitem de alguma intervenção para reverter o estado em que se encontram. Esse panorama chama cada dia mais a atenção de produtores e pesquisadores para esse tipo de problema.
Outro fator relevante e que está diretamente ligado a improdutividade das pastagens é a média nacional da população bovina por hectare (ha). Estima-se que, atualmente, exista menos de 1 UA (unidade animal) por ha, número muito baixo diante do potencial de crescimento da atividade.
Entretanto, de acordo com Douglas Fahl Vitor, coordenador de agricultura de precisão da Piccin Tecnologia Agrícola, especialista em soluções para o preparo do solo, de São Carlos-SP, em vez de aumentar a população na área, o foco do produtor deve ser aumentar a produtividade e tempo de engorda. “Levando-se em conta apenas a fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de uma pastagem degradada está em torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto numa pastagem recuperada e bem manejada pode se atingir, em média, 12 arrobas/ha/ano”, destaca.
Um pasto é considerado degradado quando sofre uma queda na produtividade, ou seja, quando sua capacidade de suporte já não supre as necessidades dos animais. Mas, nessa equação pode existir diversas variáveis, ou seja, existem níveis de degradação diferentes. “Solos sem vegetação e plantas daninhas no local são indícios de uma pastagem degradada que tende a aumentar se nenhuma atitude for tomada. Por isso, o acompanhamento da pastagem desde a sua formação e a precaução é a melhor maneira de evitar a degradação”, diz Vitor.
A gravidade do problema
Segundo a cartilha da Embrapa - “Degradação de pastagens – como é e como evitar” os níveis variam de 1 a 4, sendo eles:
Nível 1: Leve
Pastagem ainda produtiva, mas já com algumas áreas de solo descoberto ou plantas daninhas. A rebrota do capim, após o pastejo, é lenta. Capacidade de suporte cai cerca de 20% (em relação a pastagem não degradada).
Nível 2: Moderado
Aumento na infestação de plantas daninhas ou no percentual de solo descoberto (em relação ao nível 1). Capacidade de suporte cai entre 30% a 50%.
Nível 3: Forte
Aumento excessivo na infestação de plantas daninhas (degradação agrícola) ou no percentual de solo descoberto (em relação ao nível 2). Muito baixa proporção de forrageiras. Capacidade de suporte cai entre 60% e 80%.
Nível 4: Muito forte
Predominância de solo descoberto, com sinais evidentes de erosão (degradação biológica). Proporção de forrageiras muito baixas ou inexistentes. Capacidade de suporte cai acima de 80%.
Ferramentas à disposição
Em casos mais avançados de degradação é necessário a formação de uma nova pastagem. A renovação dela deve ser feita com o replantio da forrageira com mudança, ou não, da espécie, mas antes disso é necessário a correção da fertilidade do solo.
Para essas situações, a Piccin possui o EPCR - 300 (Escarificador Piccin Controle Remoto). O equipamento atua descompactando o solo na profundidade máxima de 260 mm, mantendo a palhada sobre o solo e diminuindo as erosões.
De acordo com Thiago Piccin Duarte de Souza, especialista de agricultura de precisão também da Piccin, juntamente com o EPCR - 300, pode ser utilizado o DSAP (Dosador de semente e adubo Piccin) que é perfeito para aumentar a produção e diminuir os custos do agricultor. “Além de todos os benefícios do escarificador, o acessório garante a distribuição de sementes/adubo na mesma operação com o trator, em área total. Também é importante acrescentar que no caso da renovação, o uso da área tem que ser interrompido por cerca de 90 dias”, finaliza.