Soja: Conab reduz safra em 100 mil toneladas e 4 estados não baterão recorde
Apesar disso, quando considerado o país como um todo, a perspectiva ainda é de recorde, com 135,4 milhões de toneladas, segundo a companhia
A produção de soja do Brasil deve totalizar 135,4 milhões de toneladas na safra 2020/2021, segundo o 8º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira, 12. Isso representa queda de 0,07% em relação à estimativa de abril (135,5 mi/t), mas aumento de 8,5% frente as 124,8 milhões colhidas na temporada anterior – volume recorde.
A área plantada de soja no período 2020/21 apresentou crescimento de 4,2% em comparação à safra anterior, atingindo 38,5 milhões de hectares. Segundo a Conab, apesar dos problemas com o clima, vivenciadas pelas lavouras tanto no plantio quanto na colheita, a produtividade alcançada registrou incremento de 4,1% em relação à temporada passada.
Mais números da soja
O avanço da oleaginosa no país se deve, segundo a entidade, à “alta dos preços internacionais, à forte demanda exportadora e ao aumento da demanda interna”.
A demanda interna total (esmagamentos, sementes e perdas) está estimada em 50,44 milhões de toneladas.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de soja para abril foram estimadas em 17,38 milhões de toneladas. Esse número é 17,02% maior que o exportado em abril de 2020. Com isso, as exportações brasileiras em 2021, de soja, somam aproximadamente 33,59 milhões de toneladas, esse número é 5% superior ao exportado de janeiro a abril de 2020. Em 2021 é esperado uma exportação próxima de 85,6 milhões de toneladas.
Os estoques de passagem de soja em grãos, da safra 2020/21, devem ser um pouco mais elevados que os estoques da safra 2019/20, e não haverá falta de produto para abastecer o mercado interno.
Estados que não baterão recorde
Até o levantamento de abril, os estados de Mato Grosso, Paraná e Amapá não iriam bater recorde. Com a revisão de maio, a configuração muda. Os produtores mato-grossenses voltam a ter perspectiva de recorde, enquanto os do Tocantins e de Santa Catarina passam a ficar abaixo da marca histórica.
Em amarelo os estados que não baterão o recorde, segundo a Conab.
No caso do Tocantins, a Conab aponta que fatores como o veranico, que atingiu a lavoura durante as fases críticas (floração e enchimento de grãos) e o excesso de chuvas durante o início do processo de colheita, retardando o acesso dos maquinários às áreas cultivadas, explicam o baixo desempenho.
“Durante a reta final da colheita, os produtores começaram a contabilizar os reais prejuízos oriundos da instabilidade climática no estado. De acordo com os últimos relatos, a quebra de qualidade dos grãos colhidos resultou num decréscimo de aproximadamente 4,3% na produtividade, se comparado à safra anterior. Mesmo com o aumento de 3,5% da área semeada nesta safra, a produção foi reduzida em torno de 1% em comparação à safra anterior”, pontua a entidade.