Vacinas contra Covid-19: Bolsonaro quer agilizar estudo sobre uso de laboratórios do agro
Pelo menos três grandes plantas podem ajudar a produzir a matéria-prima dos imunizantes, o IFA, que hoje é importado
O presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e também aos órgãos regulatórios agilidade nos estudos sobre as plantas industriais que fabricam vacinas destinadas a saúde animal para produção de imunizantes contra a Covid-19.
Nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, o presidente conversou com o senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão Temporária do Senado que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia.
Bolsonaro disse ao senador que tem conversado com o ministro da Saúde sobre essa alternativa e que vê com muito interesse a incorporação dos grandes laboratórios na produção das vacinas que estão faltando ao Brasil. As três plantas industriais vinculadas ao agro são classificados em nível NB3+ de biossegurança.
É seguro que esses laboratórios produzam vacinas contra Covid-19?
O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, conversou com o Canal Rural e contou que já mantém conversas com o Instituto Butantã, fabricante da Coronavac no Brasil, desde janeiro sobre este tema a pedido do Ministério da Agricultura.
O objetivo do sindicato é que estes laboratórios fabriquem a matéria-prima da vacina: o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).
“Dado à capacidade em termos de volume de produzir dessas empresas e a segurança, nós sempre analisamos a possibilidade de que o interessado que tiver as condições de acessar a tecnologia do laboratório que produziu o IFA, poderá também fazer acordos de confidencialidade, transferir essa tecnologia e implementá-la nessas plantas biosseguras. A grande vantagem é que essas plantas biosseguras são à prova de escape”, diz.
Segundo ele, essas plantas têm um controle absoluto até de entrada de ar e de saída de ar, e de pessoas. “São laboratórios com pressão negativa, tratamento de efluentes, portas ativas, salas de entrada, são plantas categorizadas pelo Ministério da Agricultura como NB3+, então elas são bem próximas do estado da arte em termos de biossegurança”, afirma.