Valdir Colatto pede exoneração do cargo de diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro

Publicado no dia 08/04/2021 às 17h35min
Ex-deputado queixa-se de "rumo dos trabalhos" do SFB, que era ligado ao Ministério do Meio Ambiente, migrou neste governo para a pasta da Agricultura

O ex-deputado federal Valdir Colatto pediu exoneração do cargo de diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) nesta quinta-feira, 8. Em entrevista exclusiva ao Canal Rural, ele afirmou que o “rumo que os trabalhos estavam tomando” não era condizente com as ações que ele vinha e pensava em seguir implementando.

“Tenho uma história com o Código Florestal. O projeto foi de minha autoria quando fui deputado federal, sou um estudioso do assunto. Houve uma reestruturação das ações e entendo que não é o caminho a ser percorrido, não dará certo e trará dificuldades aos produtores rurais brasileiros”, disse.

Projeto refloresta propriedades rurais em área de Mata Atlântica
Foram pouco mais de dois anos no comando do SFB, período em que a implementação do Cadastro Ambiental Rural era conduzido pelo Ministério da Agricultura, mas implementado nos estados pelas secretarias ambientais, o que trazia muita dificuldade, de acordo com Colatto. Ele conta que a saída se deu para deixar a ministra “à vontade” para ajustar o sistema.

“Eu sou amigo pessoal da ministra Tereza Cristina, tivemos uma conversa tranquila, deixei claro que quis deixá-la à vontade para montar a nova equipe e tocar o que acha correto para implementar o CAR”, reforçou.

O ex-deputado também afirmou ao Canal Rural que as instruções normativas que regulamentam os instrumentos de implementação das ações de meio ambiente são ainda do governo anterior e que há um choque de posições com a nova visão desta gestão.

“Precisamos de uma visão atual e não do passado. Há um choque de posições e não vou mudar minha linha de pensamento”, declarou.

Valdir Colatto afirmou ainda que a troca de profissionais de sua gestão, além de um novo decreto que alterou o trabalho que vinha sendo feito, aceleraram sua saída. “Ficou impraticável tocar o serviço na nova estrutura criada. O mais complexo pra mim é: o Ministério da Agricultura vai implementar o CAR, mas nos estados a autonomia será das secretarias de Meio Ambiente”.

Ele disse que solicitou aos estados que exista um alinhamento entre as secretarias estaduais de Agricultura e Meio Ambiente para que não haja conflitos. “Enviei uma carta aos governadores pedindo harmonia entre os órgãos. Até agora somente Rondônia me respondeu”, disse.

A exoneração do ex-parlamentar, que deve voltar a Santa Catarina, seu estado de origem, deve ser confirmada a partir da próxima segunda-feira, 12.

Procurada pela reportagem, a assessoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a pasta não iria comentar o assunto.

Fonte: Canal Rural Por Leticia Luvison, de Braslia

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