Soja: consórcio disponibiliza 2 novos genomas do fungo da ferrugem asiática
Com isso, os pesquisadores terão três genomas para aprofundar os estudos, aumentando a chance de encontrar soluções de combate ainda mais eficazes
Os pesquisadores brasileiros terão três genomas sequenciados do fungo causador da ferrugem asiática na soja. Isso porque o consórcio internacional de pesquisa ASR Genome Consortium, do qual a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participa, acaba de disponibilizar publicamente mais dois novos genomas de referência. Com isso, a pesquisa poderá se aprofundar nos estudos das variantes e tentar encontrar soluções ainda melhores para o controle.
O primeiro genoma foi sequenciado, montado e disponibilizado à comunidade científica em 2019. Com o avanço na consolidação de dados, os três genomas em conjunto, possibilitaram aprofundar o conhecimento sobre a variabilidade do fungo, assim como conhecer a organização de seus genes em vários níveis, por exemplo, identificando genes compartilhados e ativos durante o parasitismo, avalia a pesquisadora Francismar C. Marcelino-Guimarães, da Embrapa Soja.
soja ferrugem
As informações obtidas dos três genomas de referência permitem uma elevada confiabilidade nos dados, além da possibilidade imediata de estudos comparativos em nível genômico. Os resultados da pesquisa possibilitarão maior compreensão dos alvos de ação no fungo, por um produto químico, ou mesmo o desenvolvimento de novas soluções que ajam de forma mais assertiva, afirma Francismar.
Os genomas de referência foram coletados na América do Sul, região produtora de soja atingida pela alta agressividade da ferrugem da soja.
O acesso a esta variabilidade permitirá ampliar a compreensão da elevada adaptabilidade e evolução deste fungo, auxiliando no entendimento das mutações que foram acontecendo em diferentes safras e o processo de resistência desses fungos aos fungicidas e, também aos genes de resistência presentes na soja, comenta Francismar
Membros do consórcio internacional
O consórcio é formado por 12 entidades públicas e privadas, de diversas localidades, e tem como premissa tornar público o acesso ao genoma do fungo causador da ferrugem e permitir seu uso para diferentes abordagens e pesquisas futuras.
Além da Embrapa, o consórcio tem como parceiros a Bayer, a fundação 2Blades, o Sainsbury Laboratory, as Universidade Alemãs de Hohenheim e de RWTH Aachen, o Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRAE-França) e a Universidade de Lorraine (França), além do Joint Genome Institute (JGI, EUA), da Keygene, da Syngenta e a Universidade Federal de Viçosa (Brasil).