Chuvas ainda voltam em março? Veja o que diz a previsão do tempo
Além disso, a presença de um ciclone extratropical deverá trazer ventos fortes e agitação marítima, diminuindo o ritmo de embarque da soja
Na semana passada, havia uma expectativa de retorno da chuva com o rompimento do bloqueio atmosférico. Mas simulações mais recentes indicam que com o rompimento do bloqueio, a frente fria avançará apenas pela costa do Brasil, levando chuva apenas aos portos e áreas produtoras de café da Zona da Mata, Espírito Santo e sul da Bahia.
“O bloqueio atmosférico até rompe, mas chuva que é bom, nada, pelo menos nesta semana”, diz o meteorologista da Somar. No interior do país, a chuva até vai retornar, mas apenas na semana que vem, com a passagem de outro sistema frontal. Com isso, a umidade do solo deverá cair em toda a Região Sul, sudoeste de São Paulo e sudeste de Goiás e aumentar no Espírito Santo, leste e norte de Minas Gerais e boa parte do Matopiba nos próximos sete dias.
Além da chuva nos portos, a presença de um ciclone extratropical deverá trazer ventos fortes e agitação marítima, diminuindo o ritmo de embarque de soja desde o Rio Grande do Sul até o estado de São Paulo. A temperatura também promete despencar nesta semana com mínimas abaixo dos 5°C e eventual geada em Urupema-SC. Já nas áreas produtoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, as madrugadas serão mais frias na segunda metade da semana, mas sem risco de geadas.
A chuva até retornará ao centro do Brasil, mas não será nesta semana. Isso vai acontecer a partir da segunda-feira que vem com a formação de um sistema de baixa pressão sobre o Paraguai e que rapidamente dará origem a uma frente fria. Este sistema será capaz de levar chuva de pelo menos 30 milímetros ao Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e partes de São Paulo e de Minas Gerais.
Previsões mais estendidas indicam enfraquecimento da chuva no decorrer da segunda quinzena de abril, especialmente na última semana do mês, mas um novo episódio de precipitação aparece na primeira semana de maio. Mesmo com o prolongamento da precipitação, não há previsão de grandes acumulados.
O mês de março termina com chuva acima da média nas regiões Sul e Norte e estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Maranhão, Piauí e Ceará. Por outro lado, choveu pouco no Sudeste, leste do Nordeste e Goiás. Em números, Novo Repartimento, no Pará, recebeu quase 700 milímetros de chuva, valor 60% maior que o normal. Já na maior parte do estado de São Paulo, choveu menos de 100 milímetros, quando o normal seriam 150.
Como consequência da falta de chuva, a umidade do solo está bem mais baixa que o ideal para o desenvolvimento agrícola no norte e oeste de São Paulo, além de partes do Triângulo Mineiro, sul de Goiás e leste de Mato Grosso do Sul. São pelo menos 20 dias sem chuva forte, de pelo menos 10 milímetros, em boa parte do Sudeste, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia, afetando o desenvolvimento de cana de açúcar, laranja, milho, soja, pastagens e algodão.