Cafeicultor do Sul de Minas pavimenta terreiro de café com orientação remota da Emater-MG
Cafeicultor do Sul de Minas pavimenta terreiro de café com orientação remota da Emater-MG
A secagem dos grãos é uma das principais etapas da produção de cafés de qualidade superior. Em abril de 2020, o produtor Lourival Carvalho decidiu que era o momento de investir na construção de um terreiro de café. Com poucos recursos para a obra, procurou o técnico da Emater de Minas Gerais no município de Carvalhópolis, Ricardo de Morais, em busca de uma orientação. O profissional tinha a solução para a necessidade do cafeicultor. O problema era a pandemia de Covid-19, que, àquela altura, impedia as tradicionais visitas dos técnicos de extensão rural às propriedades.
A solução foi usar a internet para passar as informações necessárias para a pavimentação de uma área de 2 mil metros quadrados, com materiais de baixo custo, compatíveis com o orçamento do seu Lourival. Com várias conversas por e-mail e mensagens de WhatsApp, inclusive com troca de fotos da área, a empreitada foi adiante, e o cafeicultor já pôde usar o terreiro novo para secar a safra do ano passado. O terreiro na propriedade de Lourival Carvalho já está até servindo de Unidade de Demonstração para outros cafeicultores, interessados em melhorar os processos de pós-colheita.
“Fomos trocando mensagens e deu muito certo. O produtor assimilou bem as orientações. Depois, com o retorno ao trabalho presencial, fui lá e constatei que o serviço ficou muito bom. Então, foi uma experiência que mostrou que é possível atuar dessa forma, à distância, com eficiência”, conta Ricardo. Para complementar o atendimento, ele contou com o auxílio do coordenador regional da Emater-MG em Alfenas, Kleso Franco Junior, em contatos também virtuais.
A pandemia do novo coronavírus e a necessidade de isolamento, recomendada pelas autoridades de saúde, aceleraram um processo de atendimento remoto que já estava em curso na empresa, desde o final de 2019, com o lançamento do programa Emater 4.0. A proposta do uso da assistência técnica e extensão rural (Ater) remota, coincidiu com o aumento da demanda por tecnologias de comunicação, que permitiram a troca de informações, mesmo durante os períodos de necessidade de afastamento físico entre as pessoas.
De acordo com o gerente da Emater-MG em Governador Valadares, Ademar Pires, essas tecnologias estão cada vez mais acessíveis aos extensionistas rurais e às famílias de agricultores assistidas pela Emater-MG. Em 2020, quando ainda atuava no Departamento Técnico da empresa, em Belo Horizonte, Ademar liderou um projeto de desenvolvimento de metodologia de Ater remota. Mas ele ressalta que o atendimento presencial continuará sendo fundamental.
“Uma das orientações em relação ao uso dessas ferramentas digitais é conjugar os momentos presenciais e os momentos remotos. A Emater-MG, tradicionalmente, tem essa relação direta, presencial, com os agricultores. Isso jamais vai deixar de existir. O objetivo dos momentos virtuais é para dar mais velocidade nas respostas aos produtores, principalmente em municípios maiores, em que as distâncias muito grandes dificultam os deslocamentos. As ferramentas virtuais são complementares”, afirma.
Videoconferência
Outra experiência de sucesso no atendimento remoto, também na área de cafeicultura, aconteceu no município de Muzambinho, no Sul de Minas. Com a suspensão das visitas às propriedades rurais, o cafeicultor Ilson de Souza foi convidado a participar de uma videoconferência com técnicos e coordenadores da Emater-MG. Até então, ele só utilizava a internet para trocar mensagens de WhatsApp. Mas, com a suspensão temporária das visitas dos técnicos às propriedades rurais, ele teve que avançar mais no uso da tecnologia e foi convidado a participar de uma videoconferência, com técnicos e coordenadores da Emater-MG.
“E até era pra ser uma transmissão de uma hora e acabamos ficando quase duas horas conectados. Falamos da produtividade, de como melhorar ainda mais a cultura. A gente comentou sobre análise de solo e análise foliar. Temos que estar sempre avaliando as necessidades do cafeeiro, para melhorar a produtividade. Apesar de não estar muito acostumado com essas tecnologias, foi ótimo, deu pra trocar muita informação. É uma novidade muito boa”, afirma o cafeicultor Ilson, que produz, em dois hectares plantados, uma média anual de 60 a 70 sacas de 60 quilos por hectare.
Apesar de estar preocupado com a produtividade da safra deste ano, e até com a de 2022, devido aos problemas climáticos, com muito calor e seca na época da florada, o cafeicultor Ilson continua fazendo o manejo correto, com as orientações dos profissionais da Emater-MG, seja de forma presencial ou pela Internet. Esses são apenas dois exemplos de que, mesmo depois de superada a pandemia, e o distanciamento físico entre as pessoas, a aproximação virtual veio para ficar.
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Fonte: Emater/MG