Colheita avança pouco e o Rio Grande do Sul retira apenas 5% da soja
Segundo a Emater, a falta de chuvas no estado está deixando algumas regiões preocupadas, já que as plantas começam a definhar
A colheita da soja segue bastante lenta no Rio Grande do Sul, conforme é possível notar no levantamento elaborado pela Emater-RS. Até o dia 18 de março, 5% da área de 6 milhões de hectares foi colhida. Na semana passada 1% estava colhido.
Normalmente o estado já teria colhido em torno de 16% da área de soja até o momento. No ano passado, nesta mesma época 25% da área tinha sido colhida, mostrando o tamanho do atraso por lá.
Segundo a Emater a falta de chuvas no estado está deixando algumas regiões preocupadas, já que as plantas começam a definhar.
“A diminuição rápida da umidade do solo e a grande necessidade de aporte de água pelas plantas provocaram sintomas de déficit hídrico, principalmente no final da tarde, em diversas regiões nas culturas anuais de verão”, diz a Emater.
Segundo o produtor de soja de Santiago (RS) Darci Dani, a área ficou sem receber chuvas por pelo menos 1 mês e as lavouras plantadas mais tardiamente sofreram. A colheita começou na semana passada, mas ainda
“Na última terça-feira recebemos uma chuva de 20 mm a noite, graças a Deus. Já fazia 32 dias que não chovia. Neste fim de semana tá mostrando que pode ter mais chuva. Já colhi 40% da minha área e, essa soja, está vindo muito boa. Plantei essa em outubro, tive falta de chuva no começo, mas depois deu tudo certo e ta vindo com um potencial bom. Já essa tardia que estava vindo boa, ficou esses 32 dias sem água, que é muito, e muitas plantas já morreram”, afirma.
Colheita da soja na propriedade de Darci. Foto: Darci Dani
Confira a análise da Emater em algumas regiões!
Bagé
Por lá, se intensificam os sintomas do estresse provocado pela falta de precipitações significativas desde meados de fevereiro. As lavouras localizadas em solos rasos, com afloramento de pedras ou de menor fertilidade já apresentam plantas amareladas e com desfolha, fator limitante para a recuperação se as precipitações não retornarem.
As lavouras situadas em coxilhas e com boa estrutura de solo ainda resistem, com perda parcial de folhas no terço inferior. Os cultivos em várzeas mantêm o potencial produtivo elevado. Nas cultivares de ciclo precoce, o processo de maturação acelerou e a colheita avançou, ainda em pequena área. Os resultados são variáveis; em alguns casos com alta produtividade, como em Maçambará, na Fronteira Oeste, onde as primeiras lavouras colhidas alcançam média de 3.600 quilos por hectare.
Com a sequência de dias sem chuvas e diante da possível redução no potencial produtivo da cultura, parte dos produtores evitou realizar novas pulverizações, observando precisamente o nível de dano econômico, para manter os custos reduzidos.
Caxias do Sul colheita
O clima seco, com chuvas escassas na primeira quinzena de março, está prejudicando a fase final de enchimento de grãos e poderá reduzir um pouco a expectativa de rendimento, que mesmo assim se mantém elevada devido às condições favoráveis do clima nas fases anteriores de desenvolvimento.
Em lavouras onde os agricultores fazem monitoramento de pragas, os níveis de insetos estão muito baixos, tanto de lagartas como de percevejos, a principal praga com a qual se preocupar na atual fase de desenvolvimento, que é o final de enchimento de grãos.
Passo Fundo colheita
A cultura está 65% em enchimento de grãos, 30% em maturação fisiológica e 5% colhidos; o desenvolvimento é satisfatório, com bom potencial de produtividade.
“No entanto, é necessário que chova nos próximos dias para beneficiar aquelas lavouras que estão completando seu ciclo e ainda não apresentam condições para colheita.”
Erechim
Por lá, 25% da área está em fase de formação de vagens, 70% em enchimento de grão e maduro por colher e 5% colhidos. Com o avanço da colheita, a produtividade média permanece em 3.600 quilos por hectare. A ocorrência de chuvas na semana novamente reforçou a estimativa de boa safra. Na comercialização, cerca de 30% da soja foi vendida sob forma de contratos.
Frederico Westphalen
A cultura está 40% em formação de grãos e 35% em maturação. Já foram colhidos 5% das lavouras. A semana de 8 a 14 de março foi marcada pela ausência de chuvas, altas temperaturas e baixa umidade do ar. Isso acelerou as fases de floração, enchimento de grãos e rendeu também uma maturação heterogênea.
Santa Maria colheita
A soja que se encontra em período reprodutivo começa a sentir a falta de chuva. Quanto às fases de evolução da cultura, em torno de 10% das áreas estão em floração, 65% em enchimento de grão, 20% em maturação e próximo de 5% colhidos.
Ijuí
Os cultivos de soja correspondem a 16% da área implantada no estado. Lavouras cultivadas com variedades precoces estão em colheita, apresentando produtividade superior a 3.600 quilos por hectare, em média, e com excelente qualidade dos grãos. As produtividades das lavouras de ciclo precoce são maiores que as da safra passada. A colheita chegou a 3% da área. Lavouras em maturação e enchimento de grãos apresentam sintomas de déficit hídrico, sendo mais acentuados nas cultivares de ciclo tardio e/ou em lavouras implantadas em dezembro, de grande demanda hídrica para concluir a formação dos grãos. As precipitações ocorridas entre 2 e 3 de março foram desuniformes e, nos locais onde os volumes foram inferiores a 10 mm, as lavouras de soja apresentam forte déficit hídrico que impacta na redução do potencial produtivo.
Pelotas colheita
A soja está predominantemente no estágio de enchimento de grãos, correspondendo a 81% das áreas; 8% estão em maturação e iniciou a colheita em 1% das áreas. O solo permanece com boa umidade, beneficiando fortemente o enchimento de grãos. Algumas áreas em terras baixas e planas sofreram com o excesso de umidade no solo, mas a falta de precipitações na semana amenizou os danos a ponto de estar ocorrendo até mesmo uma recuperação das plantas, principalmente nas áreas com maior drenagem.
Com a sensível melhora nas condições do solo para a circulação das máquinas nas lavouras, seguem os manejos fitossanitários. Em todas as áreas manteve-se continuamente boa a umidade no solo, e a soja está na fase principal que é o enchimento de grãos; assim, teremos de bons a altos rendimentos. As plantas estão com plena carga de vagens e muito bom enchimento dos grãos nas vagens.
Santa Rosa
Por lá, 69% das lavouras de soja encontram-se em enchimento de grãos. Avançou o percentual de lavouras para 20% na fase de maturação, e a área colhida atingiu 1%, com produtividade ao redor de 3.300 quilos por hectare. A falta de chuvas desde 4 de março provocou a redução de umidade no solo, afetando muitas lavouras de soja e provocando uma maturação mais rápida.
Além disso, em algumas áreas com solos rasos, a falta de chuvas provocou o murchamento de plantas em manchas da lavoura. Em áreas com menor umidade do solo, já se observam a queda de legumes e o encurtamento do ciclo, forçando a maturação sem o efetivo enchimento dos grãos, em função de menor disponibilidade hídrica. Assim, há grande expectativa por chuva; caso não chova, a deficiência hídrica do solo superficial poderá provocar redução na estimativa de produtividade.
Cerro Largo colheita
As lavouras começam a dar sinais de déficit hídrico. Observa-se a presença de ferrugem nas folhas em todos os pontos avaliados. Quanto à sanidade das lavouras, o aspecto geral é bom devido ao manejo de controle de pragas e doenças realizado e ao clima que permitiu as pulverizações.
Soledade
Com 7% dos cultivos de soja no estado, a cultura encontra-se predominantemente nas fases de enchimento de grãos e em maturação fisiológica. Apesar de não ter chovido na semana, a umidade do solo é satisfatória na maior parte da região, tanto para lavouras em maturação como para lavouras em plena fase de enchimento de grãos.
Lavouras com semeaduras mais tardias também têm bom desempenho por conta da regularidade das chuvas de fevereiro e início de março. Nesse quadro com umidade do solo e boa radiação solar, a soja vem garantindo o potencial produtivo; porém para lavouras em enchimento de grãos, os patamares previstos de produtividade só serão alcançados com a ocorrência de mais acumulados de chuvas nas próximas semanas. Começou a colheita de lavouras com cultivares de ciclo precoce e superprecoce; as produtividades obtidas estão acima da média prevista, pois algumas alcançaram produtividades de 4.200 quilos por hectare.