China quer reduzir volumes de grãos importados na ração animal

Publicado no dia 19/03/2021 às 17h19min
O mercado reagiu negativamente após o anúncio do país asiático; apesar desse cenário, chineses seguem comprando milho dos Estados Unidos

Os Estados Unidos e a China iniciaram a primeira reunião presencial entre as autoridades dos países. No encontro, o secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que vai usar a diplomacia para lidar com questões sensíveis entre as duas economias. Por outro lado, o membro do órgão governante do partido comunista chinês, Yang Jay Ti, disse que houve progressos na frente comercial, mas que ainda é preciso fazer mais para que a relação entre os países se equilibrasse.

A China ainda quer reduzir a quantidade de milho e farelo de soja em ração animal. A ideia é substituir parte desses ingredientes por trigo, sorgo e DDGS, que são concentrados de proteína que podem ser uma alternativa para a alimentação animal. Mas apesar deste posicionamento, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), anunciou nesta sexta-feira, 19, a venda de 800 mil toneladas de milho para a China. Este é o quarto dia seguido que a entidade norte-americana divulga venda do cereal ao país asiático.

O diretor da AgResource Brasil, Raphael Mandarino, avalia o cenário mercadológico após a divulgação do relatório do governo chinês. “Mesmo após o mercado ter reagido negativamente diante do relatório do governo chinês, o movimento é de novas compras de milho, e, das 4,6 milhões de toneladas verificadas, algo em torno de 1,52 milhões de toneladas possivelmente serão destinadas para a China, fazendo com que o comprometimento total do país asiático neste ano gire em torno de 27,9 milhões de toneladas, aproximadamente 7 % de toda a produção de milho dos Estados Unidos em 2020.

De acordo com o diretor da AgResource, esse milho comprado agora compete com a produção de etanol interno nos Estados Unidos e corrobora com a ideia de que há uma recomposição desses estoques visando também atender a uma demanda interna e um aumento da produção da suinocultura e da quantidade de suínos no país asiático.

Fonte: Canal Rural

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