Portos do Paraná: importações superam exportações pelo 2º mês seguido
A diferença não é muito grande e é justificada pelo atraso na colheita da soja, que está retardando os embarques nesses dois meses
Os portos do Paraná registram uma situação atípica: em fevereiro, pelo segundo mês seguido, as importações gerais superaram as exportações. Chegaram aos terminais do estado cerca de 1,9 milhões de toneladas, enquanto saíram 1,7 milhões de toneladas, segundo o relatório de movimentação (embarques e desembarques) da administração dos terminais.
Com isso, no primeiro bimestre de 2021, a alta na compra de produtos estrangeiros chegou a 12%, mesmo número de queda nas vendas de produtos nacionais ao exterior através dos terminais do estado.
A baixa se deve, principalmente, à menor exportação de soja neste período. De acordo com a empresa que administra os portos, os embarques da oleaginosa caíram mais de 60% em relação ao ano passado.
“Em 2020 tivemos um volume muito alto de embarque de granéis, principalmente soja, logo no início do ano. Mas em 2021 tivemos um atraso na colheita e na chegada do produto ao porto, além de dois meses de muita chuva”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Segundo o sistema Agrostat, no primeiro bimestre do ano passado o Brasil vendeu 8 milhões de toneladas do complexo soja ao exterior. Como os portos do Paraná são o principal ponto de saída da oleaginosa nacional, fica evidente o porquê dos resultados – este ano, até o momento, foram embarcadas pouco mais de 5 milhões de toneladas pelo país.
Nas últimas duas semanas de fevereiro, a soja começou a chegar em maior volume e a expectativa é que os embarques sigam ritmo intenso ao longo do ano.
Enquanto isso, os desembarques de granéis importados cresceram. “Batemos o recorde de descarga em 24 horas. Foram quase 50 mil toneladas, entre os dias 20 e 21, bem acima da média diária de 30 mil toneladas. Foram sete navios descarregando produtos, simultaneamente”, afirma Garcia.
Importações em alta
No primeiro bimestre, chegaram aos portos do Paraná 3.787.546 toneladas de cargas importadas. Somente de fertilizantes foram quase 1,67 milhão de toneladas. O volume é cerca de 8% maior que as 1,55 milhão de toneladas de adubos desembarcadas no mesmo período em 2020.
Além dos fertilizantes, também são granéis sólidos importados pelos portos do Paraná o trigo, o malte, a cevada e o sal. Somando todos os produtos do segmento, foram 1.847.850 toneladas movimentadas neste primeiro bimestre do ano. O volume é cerca de 4,4% maior que as 1.770.169 toneladas registradas em janeiro e fevereiro do ano passado.
Exportações
Nos embarques, os destaques estão nos volumes e percentuais de aumento registrados nos embarques de açúcar, milho e óleos vegetais.
De açúcar, em saca (carga geral) e a granel, foram 530.591 toneladas exportadas neste primeiro bimestre. Comparado com o volume exportado no período, em 2020, a alta registrada é de 127%. Nos primeiros dois meses, no ano passado, foram comercializadas 233.457 toneladas do produto.
Nos embarques de milho, a alta foi de 99%. Este ano, 591.538 toneladas do produto foram exportadas a granel. Em 2020, eram 297.802 toneladas.
De óleos vegetais, foram 142.349 toneladas exportadas no primeiro bimestre. O volume é 59% maior que as 89.293 toneladas registradas no ano passado, nos mesmos dois meses.
Exportações do agro brasileiro
De acordo com o sistema Agrostat, o Brasil exportou 20 milhões de toneladas de produtos da agropecuária no primeiro bimestre deste ano, baixa de 5% comparado às 21,13 milhões de toneladas embarcadas em janeiro e fevereiro de 2020. Enquanto isso, as importações somaram 3,49 milhões de toneladas, alta de 17,5% em relação às 2,97 milhões de toneladas compradas no mesmo período do ano anterior.