Soja BR: De norte a sul do país, safra sofreu problemas, avaliam especialistas
"Haja coração! ? muita emoção para uma safra só!", diz Claudeir Pires
Direto do Rio Grande do Sul ao Notícias Agrícolas neste 5 de março de 2021, reforçando a irregularidade como a principal marca desta temporada. De norte a sul do país, intempéries climáticas foram registradas e, de alguma forma, as lavouras de soja sentiram.
Os problemas registrados no início do plantio, com a falta de chuvas em importantes regiões produtoras do país, foram se estendendo durante o desenvolvimento e culminam neste momento da colheita, já bastante atrasada em relação a anos anteriores.
O quadro já tem, inclusive, feito algumas consultorias revisarem seus números para a safra brasileira, como a Pátria Agronegócios, que agora espera a produção de soja do Brasil em 128,57 milhões de toneladas, contra seu número anterior de 129,8 milhões.
Já foram registradas secas, veranicos, abortamento de vagem em alguns estados e agora o excesso de chuvas é o que mais preocupa.
"As colheitadeiras atolam, a soja está pronta na lavoura, mas começa a brotar na vagem e isso significa perda de produtividade. Na análise da Academia da Soja acreditamos que não chegaremos a 130 milhões de toneladas", afirma Pires.
Durante toda a semana, o Notícias Agrícolas veio noticiando os relatos e análises de produtores rurais e lideranças da sojicultura brasileira sobre o atual momento da safra. As imagens na sequência ilustram a amplitude dos problemas e, acima de tudo das preocupações dos produtores.
E vivendo a situação ao lado dos sojicultores, fazendo um tour por campos de soja de norte a sul do Brasil, o especialista volta a afirmar que há uma necessidade, maior a cada safra, de que os produtores invistam em boas ferramentas de previsão do tempo, que possam lhes oferecer dados cada vez mais personalizados para o seu município e propriedade.
"A Academia da Soja preconiza os quatro pilares para a produtividade, que são: solo - correção e fertilidade do solo; genética - escolha da melhor variedade de acordo com as condições edafoclimáticas de cada microregião; manejo - entrar cada intervenção feita no tempo correto, plantabilidade bem feita; e o clima - esse não temos como controlar. Então, temos como fazer bem feito os três primeiros para estar menos suscetível às intempéries climáticas, essa é a lógica da boa produtividade", orienta Pires.
Mais do isso, o CEO da Academia da Soja lembra que com as previsões mais detalhadas, o produtor pode ainda definir o melhor momento para a dessecação de suas lavouras, buscando evitar perdas de produtividade tão severas como as que têm sido registradas nesta temporada.
As previsões continuam sinalizando a chegada de mais chuvas aos estados da região Matopiba e mais o Pará e Mato Grosso deverão receber mais chuvas nos próximos sete dias e, na sequência, as precipitações deverão dar uma trégua de, aproximadamente, quatro dias.