Furto de gado: "Cadeia do crime envolve de produtores a açougues"
Major da PM fala sobre o trabalho especializado do Batalhão Rural de Goiás e faz recomendações para evitar ser vítima de crimes no campo
Criado em meados de 2019, o Batalhão Rural da Polícia Militar de Goiás tem feito a diferença na segurança de agricultores e pecuaristas do estado. Só este ano, os agentes recuperaram 121 cabeças de gado que tinham sido furtadas ou roubadas. Além disso, foram apreendidas 43 armas de fogo durante o patrulhamento.
De acordo com o major Ygor Morais, subcomandante do batalhão, os crimes de furto e roubo de gado são bastante comuns por conta da facilidade em se livrar das provas. “Quando você abate o gado, acaba a prova do crime”, diz.
As investigações revelam que a cadeia do crime organizado especializado em furto e roubo de gado é bem extensa, envolvendo receptadores, frigoríficos ilegais e açougues clandestinos.
Como evitar furto de gado?
O Batalhão Rural Militar atua em duas frentes, sendo a primeira dela o policiamento comunitário, que consiste em visitas às propriedades rurais para obter informações sobre a produção e o georreferenciamento. A outra é o trabalho ostensivo, com operações na madrugada e bloqueios em vias rurais. “Temos uma atividade de inteligência especializada em propriedades rurais”, diz.
Para facilitar a comunicação de crimes em curso, o BPM administra uma série de grupos regionais de WhatsApp dos quais os produtores podem participar. “Os produtores precisam se comunicar. Eles conhecem os veículos que costumam transitar e os vizinhos. Em qualquer atividade fora do normal, eles são orientados a acionar o batalhão”, afirma o major.
O militar pede que o criador não deixe o gado em pastos que dão acesso à via, para correr menos risco de ter animais abatidos ou embarcados em caminhões pequenos, que podem passar despercebidos.
Morais também recomenda que os pecuaristas não fiquem muito tempo sem ir à fazenda contar o gado. “Alguns produtores deixam por conta de funcionários e ficam muito tempo afastados, e depois não sabem nem quando perderam os animais”, pontua.