Movimentação de contêineres no Porto de Santos atinge recorde, mas açúcar derruba carga total
Entre os produtos exportados, a celulose se destacou com um crescimento de 14,4%

O Porto de Santos registrou um recorde histórico na movimentação de contêineres em fevereiro de 2025, alcançando 434,7 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
O volume representa um crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2024, consolidando-se como o maior já registrado em um mês de fevereiro.
O bom desempenho impulsionou o acumulado do ano para 895,6 mil TEU, avanço de 10,1%, estabelecendo um novo recorde para o período.
Celulose e combustíveis impulsionam exportações
Entre os produtos exportados, a celulose se destacou com 742,1 mil toneladas, um crescimento de 14,4%.
O álcool também registrou forte alta, movimentando 38,1 mil toneladas (+47,5%), seguido pelo café, que atingiu 200,9 mil toneladas (+19,7%). O farelo de soja cresceu 6,8%, totalizando 636,3 mil toneladas.
No setor de combustíveis, o óleo combustível teve alta de 33,3%, com 363,1 mil toneladas, enquanto a gasolina registrou um crescimento expressivo de 70,8%, chegando a 134,2 mil toneladas.
Redução no açúcar impacta volume total de cargas
Apesar do desempenho positivo na movimentação de contêineres e em algumas commodities, o volume total de cargas operadas pelo Porto de Santos caiu 8,4%, atingindo 13,1 milhões de toneladas em fevereiro.
O recuo foi puxado pela forte redução nos embarques de açúcar, que despencaram 52,3%, totalizando 1 milhão de toneladas.
A retração reflete a queda de 11,5% nas exportações brasileiras do produto, que somaram 1,82 milhão de toneladas no mês, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
As exportações totais pelo Porto de Santos somaram 9,5 milhões de toneladas (-12,0%), enquanto as importações registraram 3,6 milhões de toneladas (-2,8%). O fluxo de navios também apresentou leve retração, com 451 atracações, uma queda de 0,9% em relação ao ano anterior.
Balanço por segmentos: alta nos granéis líquidos e queda nos sólidos
Os granéis sólidos somaram 6,3 milhões de toneladas, uma redução de 18,2%, impactada diretamente pela menor exportação de açúcar.
Em contrapartida, os granéis líquidos registraram crescimento de 4,9%, movimentando 1,5 milhão de toneladas, impulsionados pelo aumento nas exportações de óleo combustível, álcool e gasolina.
Já o segmento de carga geral solta cresceu 13,1%, totalizando 828 mil toneladas, com destaque para o avanço da celulose.
Porto de Santos mantém liderança no comércio exterior
O Porto de Santos segue como peça-chave no comércio exterior brasileiro, respondendo por 28,7% da corrente comercial do país.
A China manteve sua posição de principal parceiro comercial, representando 25,7% das transações realizadas pelo terminal. O estado de São Paulo liderou as operações via Santos, com participação de 53,4%.
Para o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, os números reforçam a relevância do terminal para cargas de alto valor agregado.
“O crescimento expressivo na movimentação de contêineres reforça a importância do Porto de Santos para a operação de cargas estratégicas. Apesar da queda em alguns segmentos, especialmente no açúcar, o avanço em produtos como celulose, café e combustíveis evidencia a diversidade da nossa matriz de exportação e a resiliência do comércio exterior brasileiro”, afirmou.
Porto de Itajaí também registra alta
O Porto de Itajaí, em Santa Catarina, também administrado pela APS, registrou crescimento na movimentação de cargas.
Em fevereiro, foram movimentadas 1,2 milhão de toneladas, um avanço de 2,3%. No acumulado do ano, o porto catarinense já soma 2,4 milhões de toneladas.
A Portonave, terminal privado do complexo portuário, respondeu por 70,7% das cargas movimentadas, totalizando 1,7 milhão de toneladas. A carga conteinerizada cresceu 6,3%, atingindo 113 mil TEU no mês e acumulando 231 mil TEU no ano (+13,5%).
Já a carga geral não conteinerizada teve leve recuo de 10%, com 99 mil toneladas em fevereiro, mas manteve crescimento anual de 1,3%, totalizando 233 mil toneladas.
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