Sertão sergipano terá adutora de R$ 240 milhões com foco em ampliação da produção de leite

Investimento de R$ 240 milhões levará água a mais de 150 mil bovinos e impulsionará a pecuária leiteira no interior de Sergipe.

Sertão sergipano terá adutora de R$ 240 milhões com foco em ampliação da produção de leite
Ilustrativa

O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, anunciou, durante a Festa do Leite, no povoado Santa Rosa do Ermírio (que integra a cidade de Poço Redondo, importante polo leiteiro do estado), o projeto Adutora do Leite, que prevê a construção de um sistema com 108,60 quilômetros de extensão para transportar água captada no Rio São Francisco.

A estrutura vai interligar os municípios de Canindé de São Francisco a Nossa Senhora da Glória, com investimentos superiores a R$ 240 milhões. O sistema contará com 22 reservatórios destinados ao abastecimento de rebanhos, estimados em 152 mil bovinos, dos quais 45% estão em lactação. Com esse trabalho, a expectativa é de que a produção atinja 2 milhões de litros de leite por dia.

O trajeto da adutora incluirá alguns municípios como:

  • Canindé de São Francisco,
  • Poço Redondo,
  • Monte Alegre de Sergipe
  • Nossa Senhora da Glória.

A água será captada pela Coderse (Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe).

Segundo o governador, o projeto já está concluído e a próxima etapa será a licitação da obra, prevista para ocorrer ainda este ano. A intenção é ampliar a capacidade de produção leiteira na região, que concentra parte significativa da atividade pecuária do estado.

urante o evento, o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, destacou que a iniciativa busca combater a escassez hídrica que afeta o sertão sergipano, reforçando seu papel estratégico para o fortalecimento do setor produtivo rural.

Odair José, criador e um dos organizadores da Festa do Leite, celebrou a presença do governador e as boas notícias trazidas ao município. “Santa Rosa do Ermírio já ultrapassa a marca de 300 mil litros de leite por dia, sendo hoje a principal bacia leiteira de Sergipe. Estamos na ‘terra do leite’, com a maior produção por metro quadrado do estado. E agora, com o anúncio da obra da adutora, temos ainda mais motivos para acreditar na expansão da nossa produção”, afirmou.

Outro criador, José Teles de Andrade Sobrinho, também manifestou felicidade. “Aqui nós temos tecnologia, temos inseminação, temos uma genética boa, terra boa, mas não temos água. O que conquistamos até agora foi com muito esforço do produtor. Então, a ajuda do governo é muito bem-vinda”, completou.

 

Pesquisa BNB sobre leite em Sergipe

Sergipe registrou o maior crescimento na produção de leite entre os estados do Nordeste e ocupa a quinta posição no ranking nacional. Segundo levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), com base em dados do IBGE, o estado produziu 132,2 milhões de litros no último trimestre de 2024, aumento de 22,6% em relação ao mesmo período de 2023. Sergipe também é o segundo maior produtor da região, com 23,1% do total nordestino, atrás apenas da Bahia (26%).

Esse avanço é impulsionado por pequenos e médios produtores localizados no Agreste, Centro-Sul e Sertão sergipano, que vêm recebendo apoio técnico e acesso a microcrédito do Banco do Nordeste, por meio do programa Agroamigo. Em 2024, o programa destinou R$ 122,1 milhões a mais de 9,6 mil operações voltadas à cadeia leiteira, o que representa um crescimento de 99,1% no valor aplicado.

É o caso de Nivânia de Oliveira, que trabalha há 24 anos no sistema semi-intensivo. A produtora começou com um pequeno rebanho no município de Tobias Barreto, mas hoje conta com 60 cabeças de gado. Mais de 20% delas produzem ao todo 140 litros de leite por dia, com pico de 200 litros na melhor época, vendidos in natura a uma beneficiadora da região.

Figura 1. Criação da produtora Nivânia de Oliveira, de Tobias Barreto, atinge até 200 litros de leite por dia, vendidos in natura a uma beneficiadora da região

Figura 1

Fonte: Movimento Econômico

Ela modernizou os sistemas de cultivo e colheita, com crédito para compra de trator, plantadeira e uma novidade. “Depois do inverno chega a ordenhadeira mecânica e assim o curral fica completo. Vai ser bem melhor, porque trabalhar do jeito manual é puxado. O crédito é o começo de tudo e passei a gostar da atividade, sempre com apoio do BNB. O último contrato foi para compra de ração, além do custeio do milho, que planto para alimentar o gado e vender o restante”, detalha.

 

As informações são do Movimento Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint

FONTE: MilkPoint. 
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