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Veja a análise de 50 anos de La-Niña

Tendência indica possível El-Niño na segunda metade de 2022.

O Oceanic Niño Index (ONI) é o principal indicador para o monitoramento de El-Niño e La-Niña, que são fases opostas do padrão climático chamado oscilação El-Niño Oscilação Sul, ou “ENSO”. Considera que as condições do El-Niño estão presentes quando o Índice Oceânico Niño é +0,5 ou superior, indicando que o Pacífico tropical centro-leste está significativamente mais quente que o normal. As condições de La-Niña existem quando o Índice Oceânico de Niño é -0,5 ou inferior, indicando que a região está mais fria que o normal.


O ONI rastreia as temperaturas médias da superfície do mar durante três meses no Pacífico tropical leste-central, mesmo domínio do índice Niño 3.4, essa região fica a leste da linha de dados internacional ao longo do equador e mede a distância entre o Havaí e a Califórnia 

Essas temperaturas são acompanhadas desde a década de 1950, apresentando com uma riqueza de detalhe o padrão climatológico dos últimos 70 anos. Na tabela abaixo vemos os períodos quentes (vermelho) e frios (azul) com base em um limite de +/- 0,5 ° C para o Índice de Niño Oceânico (ONI).

Fonte: https://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/ensostuff/ONI_v5.php

 

 

 

É interessante notar que, de maneira geral, os eventos de La-Niña duram dois anos seguidos, por vezes existe uma pequena pausa e logo o ingresso de um novo evento do resfriamento das águas. Já nos eventos mais intensos como o de 1954, 1973 e 1998 foram três anos consecutivos de águas mais frias no Oceano Pacifico na região do El-Niño, sendo estes anos também associados à fortes secas e estiagens no Brasil. Vale mencionar que o evento de 1998 veio na sequência do El-Niño mais forte já registrado na série histórica e foi um dos fatores que contribuíram para a crise energética no começo da década de 2000.

Os eventos de La-Niña podem ser classificados como:

No entanto, gerando um gráfico com a tendência histórica centrada nos trimestres de Setembro, Outubro e Novembro, ao longo dos anos, onde o registro das temperaturas indicavam La-Niña é possível observar um padrão para os próximos meses.  

No gráfico vemos a evolução entre 24 médias anteriores e 12 médias posteriores ao trimestre Set/Out/Nov. A linha vermelha representa a atual situação, a linha tracejada preta representa a média e a linha roxa representa o evento mais intenso de La-Niña. De maneira simplificada, as linhas abaixo de -0.5°C podemos chamar de La-Niña e acima de +0.5°C de El-Niño. 

Existe uma clara tendência de que nas próximas 12 sequências seguidas, haja um aquecimento das águas no Oceano Pacífico. O único evento que foge à regra é a linha roxa, referente aos anos de 1998 e 2001, sendo o período da La-Niña mais intenso da história recente. 

De acordo com a última atualização dos centros que monitoram a evolução das temperaturas do oceano, existe o consenso de para o retorno da La-Niña e que este evento permaneça até meados de Maio e Abril, também indo de acordo com evolução no gráfico da média histórica. E se a tendência média se manter, as águas mostrarão uma tend?ncia de aquecimento em meados de 2022 e é possível que ao final do ano o aviso do monitoramento indique a configuração de um evento de El-Niño.

Porém na avaliação apresentada neste artigo, a única métrica utilizada foi a evolução das médias das temperaturas na região do Niño, não levando em consideração os parâmetros dinâmicos da atmosfera e do oceano. Portanto é necessário acompanhar o resultado dos modelos matemáticos e as projeções climáticas no decorrer dos próximos meses. 

*material exclusivo e elaborado pelo Agrotempo.

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2021/10/04/veja-a-anlise-de-50-anos-de-la-nia/4300.html