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Agronegócio

Soja: safra depende de chuva e manejo, analisa agrônoma da Corteva

Estiagem e ferrugem comprometeram plantio no Paraná. Expectativas são boas se houver manejo adequado e chuva na hora certa, diz Marcieli Pagel

A falta de chuva prejudicou a semeadura da soja e também comprometeu o plantio da segunda safra do milho. Além das perspectivas climáticas, o produtor teve que lidar com a presença da ferrugem asiática, que interferiu na produtividade das lavouras. Para a safra de 2021/2022, contudo, a expectativa é positiva, analisa a agrônoma de campo da multinacional Corteva Agriscience, Marcieli Pagel — desde que a chuva colabore e o produtor invista no manejo de pragas e doenças.

“Eu fico na região mais alta do Paraná, que sofre muito com a ferrugem asiática. Todo ano, a partir de 15 de dezembro, a doença já aparece nas lavouras, é uma questão de tempo até que se torne uma epidemia. No caso da soja, na última safra tivemos uma pressão da ferrugem no final do ciclo, não comprometendo tanto a produtividade, mas impactando o plantio mais tardio. Um exemplo disso, também, relacionado a manejo sanitário da soja, nós tivemos um período muito crítico de chuvas no final de janeiro e fevereiro, o que fez com que o produtor tivesse dificuldade de entrar manejando sua lavoura. Nesse caso, nós tivemos um espaçamento muito grande entre uma aplicação e outra, o que permitiu que a ferrugem pudesse se intensificar na lavoura. Isso no ciclo normal. No caso da safrinha, todo ano a gente sofre muito com a ferrugem, muito mais do que no ciclo normal. Além disso, na safrinha, tanto de feijão quanto da soja, tivemos um período de estiagem muito intenso, quase 40 dias sem chuva nessa região mais fria, mais alta do Paraná. Nas regiões oeste e norte do Paraná também tivemos um impacto muito grande no milho safrinha, com estiagem e falta d’água. Prejudicou, e muito, a nossa produtividade.”

“Nessa última safra, a anterior, nosso retrovisor, nós tivemos um atraso do plantio, principalmente na região oeste, em virtude da estiagem — falta de água na instalação da lavoura. Naturalmente, quando você estende o plantio, você acaba sofrendo uma pressão maior da ferrugem, e em virtude disso acaba perdendo produtividade. As perspectivas agora para a próxima safra são muito boas, com os preços das commodities alavancados. O produtor está investindo na lavoura. Basta que nós consigamos fazer um manejo sanitário adequado, tanto da soja quanto do milho, e claro que contamos muito com a condição climática. Então a gente espera que haja chuvas regulares. Ao que tudo indica, vamos ter um atraso na chegada da chuva, principalmente na região oeste, que é uma região que planta um pouco mais cedo. Mas as nossas perspectivas é que tudo corra bem, basta que São Pedro também colabore conosco, com o produtor, para que tenhamos chuva no momento adequado.”

Página:

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