Agronegócio
Soja: fatores impulsionam bushel a voltar para US$ 14. Entenda
Economista-chefe da AgResource Company afirma que as exportações americanas para a China devem aumentar nas próximas semanas
Os preços futuros da soja na Bolsa de Chicago recentemente atingiram os patamares mais baixos desde março, quando o vencimento de novembro/21 caiu para US$ 11,96 por bushel em 13 de outubro.
Contudo, a AgResource acredita que as cotações da oleaginosa poderiam subir novamente para patamar médio de US$ 14 por bushel com a combinação de dois fatores: o primeiro é a continuidade de um clima seco e quente gerado pelo fenômeno La Niña na Argentina.
De acordo com Bill Tierney, economista-chefe da AgResource Company, o mercado da soja neste ano está finalmente equilibrado, ou seja, com uma demanda recorde de um lado e de outro, com expectativas de uma safra sul-americana no maior patamar da história.
Segundo ele, os preços do grão caíram drasticamente nos últimos meses com a melhora das perspectivas de rendimento nos Estados Unidos, interrupções logísticas causadas pelo furacão Ida e avanço da semeadura da soja no Brasil.
O segundo fator é a perspectiva de aumento das exportações americanas para a China. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) recentemente aumentou a produção da safra 20/21 americana enquanto os EUA exportaram de março a agosto apenas 855 mil toneladas para a China, contra 5,7 milhões de toneladas no ano anterior, o que também pesou contra os preços.
As perspectivas para a exportação de soja dos EUA estão se mostrando boas nas últimas semanas. De acordo com Tierney, o lineup de navios indica que os americanos devem embarcar 4,84 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde. Assim, as inspeções de soja para exportação nas próximas semanas deverão refletir este volume expressivo.
Ele explica que quase toda a soja que aguarda ser carregada nos Estados Unidos tem como destino a China e que os embarques ao país asiático neste mês estão no ritmo de alcançar 8,37 milhões de toneladas. Se isso se concretizar, o volume será quase 10 vezes maior do que as exportações de setembro e chegaria perto das 8,72 milhões de toneladas do ano passado.
“Quando contabilizamos os navios que estão carregando soja para a China nos portos ao redor do mundo, concluímos que os chineses deverão importar 13 milhões de toneladas em novembro, maior valor da história”. Atualmente, o recorde mensal de importação da oleaginosa de 11,16 milhões de toneladas, que aconteceu em julho de 2020.
De modo geral, Tierney pontua que os preços da soja tendem a atingir os patamares mínimos durante a metade da colheita dos EUA e depois aumentam conforme a demanda para exportação e o esmagamento começa a ganhar ritmo. “Esperamos que o Brasil tenha uma safra recorde de soja neste ano, mas o La Niña pode deixar o clima mais quente e seco do que o normal na Argentina”, Tierney argumenta.
Dada a robusta demanda de exportação americana, além das margens de esmagamento altamente lucrativas nos EUA, a expectativa é que os preços da soja aumentem nos próximos meses. “Esta demanda combinada com um problema climático na Argentina poderia elevar os preços na Bolsa de Chicago para US$ 14 por bushel. Porém, se a safra argentina ficar muito abaixo das expectativas, as cotações poderiam voltar ao nível médio de US$ 16 por bushel”, finaliza Tierney.
Página:
https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2021/10/27/soja-fatores-impulsionam-bushel-a-voltar-para-us-14-entenda/4666.html