Agronegócio
SC: valorização do feijão se mantém em outubro
Safra de feijão avança com boas condições, apesar do risco de La Niña
Foto: Canva
De acordo com os dados da edição de outubro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, o mercado de feijão em Santa Catarina apresentou forte valorização em setembro. O preço do feijão-carioca subiu 11,30% em comparação ao mês anterior, enquanto o feijão-preto teve uma alta de 25,05%. Na comparação anual, o feijão-preto está 25,52% mais caro, enquanto o feijão-carioca registrou aumento de 10,26%.
Nos primeiros 10 dias de outubro, a tendência de alta se manteve: o feijão-preto subiu 1,21% e o feijão-carioca 0,34%. Esses aumentos estão relacionados às condições climáticas adversas, que têm impactado diretamente a produção e a oferta do produto.
A variação nos preços do feijão está fortemente ligada à oferta, que sofre com oscilações causadas por fenômenos climáticos, como cheias, secas e geadas. Essas variações afetam as épocas de plantio, o desenvolvimento das lavouras e a colheita. As condições climáticas influenciam diretamente a produção, criando uma sazonalidade que também reflete nos preços, tanto para os produtores quanto para os consumidores.
Em setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou suas estimativas para a safra 2024/25, apontando uma queda de 9,54% na produção nacional de feijão, resultado principalmente da seca nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto a produção deve diminuir, o consumo deve crescer 1,64%, aumentando a necessidade de importação em 51,2% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que o estoque final seja 17,43% maior ao término do ciclo.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o início da safra 2024/25 de feijão pode ser influenciado pelo fenômeno La Niña, que tende a reduzir as chuvas na Região Sul do Brasil, afetando negativamente as plantações em Santa Catarina e Paraná. Por outro lado, o Rio Grande do Sul pode ser beneficiado por chuvas mais regulares, o que favoreceria as lavouras de inverno e o plantio da nova safra. Contudo, há o risco de uma redução na umidade do solo em dezembro, caso o fenômeno La Niña se intensifique.
Até o final de setembro, cerca de 17% da área destinada ao cultivo de feijão em Santa Catarina já havia sido plantada, com as condições climáticas sendo favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. As regiões de Araranguá, Criciúma e Tubarão apresentaram 88% da área já semeada, e as plantas estão se desenvolvendo bem. Em Chapecó, Xanxerê e São Miguel do Oeste, 30% da área de cultivo foi semeada, com boa germinação e desenvolvimento das lavouras.
Nas regiões de Canoinhas, São Bento do Sul, Curitibanos, Joaçaba e Campos de Lages, o plantio comercial deverá começar na segunda quinzena de outubro, para evitar perdas causadas por possíveis geadas tardias. Em Curitibanos, muitos produtores preferem semear o feijão após a colheita do trigo, entre o final de novembro e o início de dezembro.
A estimativa para a safra 2024/25 de feijão em Santa Catarina é de um crescimento de 3,9% na área plantada, com uma produtividade média de 1.926 kg/ha, um aumento de 11,4% em relação ao ciclo anterior. A produção total deve atingir 55,6 mil toneladas, um crescimento de 15,8%.
Agrolink - Seane Lennon
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