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Agronegócio

Quanto açúcar podemos fornecer às vacas leiteiras?

Dependendo das fontes de amido e açúcar disponíveis, as dietas para vacas leiteiras podem variar bastante em diferentes regiões do país.

Dependendo das fontes de amido e açúcar disponíveis, as dietas para vacas leiteiras podem variar bastante em diferentes regiões do país. Surge então a questão: qual é a quantidade de açúcar que pode ser fornecida? Existe uma resposta positiva em termos de produção e função ruminal ao substituir fontes de amido por açúcar?

No início deste ano, foi concluído um projeto que avaliou o efeito de diferentes concentrações de amido e açúcar nas dietas de vacas em lactação. Para essa análise, foram oferecidas duas dietas distintas: uma com uma quantidade "baixa" de açúcar (3,6% de matéria seca, MS) e uma quantidade "alta" de amido (26,3% de MS), e outra com uma quantidade "alta" de açúcar (5,9% de MS) e uma quantidade "baixa" de amido (23,6% de MS). Esses valores são relativos entre si e não representam, necessariamente, os extremos observados na indústria.

Nas dietas, foi fornecida uma combinação de fontes para amido (milho em flocos cozido no vapor e farinha de milho) e açúcar (açúcar e melaço). A quantidade total de carboidratos não estruturais (amido mais açúcar) foi mantida igual em ambas as dietas. As dietas continham aproximadamente 60% de forragem, 16,4% de proteína bruta, mais de 9% de proteína degradável no rúmen e 29% de fibra em detergente neutro.

Bom desempenho na produção

Foram medidos o consumo, a produção de leite e sua composição, a fermentação ruminal, a digestibilidade total e a produção de metano em vacas alimentadas com essas dietas. As vacas que receberam dietas com maior teor de açúcar tenderam a consumir quase 0,5 kg a mais de matéria seca (27,6 kg por dia contra 27,2 kg) do que aquelas que consumiram a dieta com menor teor de açúcar, produzindo a mesma quantidade de leite (44,9 kg por dia). Como resultado, as vacas alimentadas com a dieta de menor teor de açúcar apresentaram maior eficiência alimentar (1,65 contra 1,62). Já as vacas alimentadas com a dieta de maior teor de açúcar apresentaram maior produção de gordura do leite (4,05% contra 3,97%) e maior concentração de ácidos graxos mistos no leite.

De modo geral, as vacas apresentaram bom desempenho em ambas as dietas, com uma média de sólidos totais por vaca por dia de 3,21 kg para a dieta com baixo teor de açúcar e 3,23 kg para a dieta com alto teor de açúcar. As vacas que receberam a dieta de alto teor de açúcar também apresentaram maior concentração de butirato no rúmen, o que está em consonância com pesquisas anteriores e pode ajudar a explicar os níveis mais elevados de gordura no leite.

A digestibilidade total da matéria seca, matéria orgânica e fibra em detergente neutro foi maior em vacas alimentadas com dietas de menor teor de açúcar. Não foram observadas diferenças na emissão de metano entre as dietas em termos de quantidade ou intensidade.

Este estudo não testou os limites máximos de inclusão de açúcar nas dietas de vacas em lactação, que podem chegar até 8% a 12% de MS. Pode haver benefícios adicionais ao incluir concentrações mais elevadas de açúcar nas dietas, especialmente se houver uma fonte de alimento rica em açúcar prontamente disponível, o que poderia ser explorado em futuras pesquisas.

 

 

As informações são da Hoard’s Dairyman, traduzidas pela equipe MilkPoint.

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/10/29/quanto-acar-podemos-fornecer-s-vacas-leiteiras/22289.html