Agronegócio
Primeira cultivar de mandioca de mesa registrada para Rondônia cozinha em dez minutos
Com rápido cozimento, a primeira cultivar de mandioca de mesa registrada para Rondônia, a BRS 1668, fica pronta em apenas dez minutos
Essa nova cultivar se destaca também por sua boa produtividade, colheita precoce, sabor diferenciado e a polpa amarela. Além disso, apresenta ausência de fibras e de amargor, aspectos fundamentais para atender ao gosto do consumidor.
A mandiocultura é uma das culturas de maior importância para a agricultura familiar em Rondônia e a BRS 1668 é a primeira cultivar registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o estado.
Do campo à mesa
As atividades de pesquisa para o lançamento da cultivar BRS 1668 foram desenvolvidas durante três anos, com avaliações em Porto Velho, Ouro Preto do Oeste e Vilhena. Durante o estudo, foram consideradas as condições físicas e químicas do solo e o clima de cada região.
A pesquisa avaliou 14 genótipos de mandioca fornecidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), e as comparou com duas variedades locais. Durante o processo de seleção, diversas características foram consideradas.
“Além do sabor diferenciado, o tempo e a facilidade de preparação para o consumo foram fatores essenciais, com o rápido cozimento de 10 minutos, aspecto de preferência dos consumidores. O teor da matéria seca e amido foi outra característica considerada, pois influencia diretamente na qualidade e sabor das raízes, o teor de amido presente é de 26%”, afirmou o pesquisador Rogério Costa, da Embrapa Rondônia.
Além disso, a produtividade alcançou 20 toneladas por hectares, dentro da produtividade média do estado. “Dependendo do local e utilização de insumos e tratos culturais, pode-se obter 25 a 30 toneladas” , afirma o pesquisador Rogério Costa. Os números de raízes estragadas foram observados chegando a 2,7% em relação ao número de produção, essas medidas visam garantir a saúde das raízes e evitar possíveis problemas durante o processo de armazenamento.
Plantio adequado
Para obter bons resultados no cultivo da BRS 1668, algumas recomendações técnicas são necessárias. Uma delas é realizar o plantio no início do período chuvoso, quando as condições de umidade são favoráveis para o desenvolvimento das plantas.
Além disso, é essencial corrigir o solo utilizando calcário e fazer adubações de acordo com a análise de solo, garantindo assim um crescimento saudável da cultivar. Outro aspecto importante é o controle adequado das plantas daninhas nos primeiros 120 dias, pois elas podem competir com a cultura e prejudicar o desenvolvimento.
Também é fundamental evitar o plantio em solos mal drenados, pois o excesso de umidade pode levar ao encharcamento das raízes, comprometendo o crescimento das plantas. Caso o solo apresente problemas de drenagem, é recomendável realizar correções, com a utilização de sistemas de drenagem adequados. Assim, é possível garantir um ambiente propício para o cultivo da BRS 1668.
Dia de campo
Para promover essa cultivar e informar os produtores e comunidades locais, foram realizados dois dias de campo em Ouro Preto do Oeste e Porto Velho, com os pesquisadores da Embrapa Rondônia Rogério Costa, Francisco Corrêa, José Nilton Costa, Francisco Leônidas e Davi de Oliveira. E uma reunião técnica em Vilhena, com a participação de mais de 500 pessoas. Esses eventos foram organizados em parceria com a Emater/RO, Prefeituras, SEBRAE e Governo Estadual, além de diversos parceiros da iniciativa privada.
O secretário da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Semagric, Carlos Magno, comentou sobre a produção que cresce em Porto Velho, “É o município entendendo que pode produzir mais e respeitando o meio ambiente, mas sem perder a qualidade”.
“Eu achei muito deliciosa, gostosa, descasquei a mandioca BRS 1668 coloquei na água para ferver foi muito rápido o cozimento. Na culinária é melhor ainda, é uma mandioca doce, macia. A nossa produção não é igual a esta, que é muito saborosa”, disse a produtora Givanice da Cruz, do Assentamento Joana D’Arc.
Juarez Gonçalves, do Assentamento Joana D’Arc III, Agrovila, afirma que vai produzir mandioca de mais qualidade ainda: “Recebemos as manivas da mandioca, a BRS 1668, que possui uma produção ampla, ela tira até 40 toneladas por hectare. É uma mandioca que o produtor pode plantar e confiar que vai ter uma boa colheita e ter um bom rendimento financeiro”.
Além disso, a disponibilização das manivas da BRS 1668 também representa um importante avanço no fortalecimento da agricultura familiar e na promoção da diversificação de cultivos na região, dessa forma, a Embrapa Rondônia tem como objetivo disponibilizar as manivas da BRS 1668 para os agricultores da região. O edital de Oferta Permanentes para produção e comercialização de manivas da BRS 1668, se encontra aberto no site da Embrapa.
Realização e parcerias
A cultivar de mandioca BRS 1668 foi gerada a partir da atividade de pesquisa “Avaliação e multiplicação de material genético superior de mandioca no estado de Rondônia”, vinculada ao projeto Mandiotec, que busca o uso de manejo e conservação do solo para o cultivo da mandioca na Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia, operacionado pelo banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Colaboração: Emanuelle Granja Araujo
Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Rondônia
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