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Preços do petróleo disparam após produtores da Opep+ anunciarem cortes inesperados

Preços do petróleo disparam após produtores da Opep+ anunciarem cortes inesperados

Os preços do petróleo dispararam nesta segunda-feira (3) depois que os produtores da Opep+ anunciaram inesperadamente que cortariam a produção.

O petróleo Brent, referência global, saltou 5,31%, para US$ 84,13 o barril, enquanto o WTI, referência nos EUA, subiu 5,48%, para US$ 79,83. Ambos foram os aumentos de preços mais acentuados em quase um ano.

Os preços do petróleo caíram para US$ 73 e US$ 67 o barril, respectivamente, na semana seguinte ao colapso do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos em 10 de março, quando a turbulência se espalhou para o setor bancário em geral, aumentando os temores de uma recessão global.

Com os preços do petróleo subindo, a inflação pode permanecer alta por mais tempo, aumentando a pressão sobre um assunto polêmico para os consumidores em todo o mundo.

“O desenvolvimento é um golpe para a inflação”, disse Sophie Lund-Yates, principal analista de ações da Hargreaves Lansdown, em nota na segunda-feira. “Os mercados estão cientes de que, se a pressão continuar, os bancos centrais precisarão estender ou fortalecer seus ciclos de alta nas taxas de juros.”

No domingo, a Arábia Saudita disse que iniciaria “uma redução voluntária” em sua produção de petróleo bruto, ao lado de outros membros ou aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Os cortes começarão em maio e durarão até o final do ano, disse um funcionário do Ministério de Energia saudita, segundo a agência de notícias estatal do país SPA.

As reduções se somam às anunciadas pela Opep+ em outubro, segundo a SPA.

Naquele mês, os produtores de petróleo concordaram em reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia, o maior corte desde o início da pandemia e equivalente a cerca de 2% da demanda global de petróleo.

A Arábia Saudita agora diz que reduzirá a produção em mais meio milhão de barris por dia.

Enquanto isso, o Iraque diminuirá em 211 mil barris por dia e os Emirados Árabes Unidos, em 144 mil.

Kuwait, Argélia e Omã também reduzirão a produção em 128 mil, 48 mil e 40 mil barris por dia, respectivamente.

As ações das gigantes do petróleo subiram nesta segunda-feira, com a Shell tendo ganho de 4,21%, a BP subindo 4,64% e a francesa TotalEnergies subindo 4,56%.

Medida preventiva
Em nota no domingo, os analistas do Goldman Sachs disseram que o movimento da Opep+ foi inesperado, mas “consistente com a nova doutrina da Opep+ de agir preventivamente porque podem, sem perdas significativas de participação de mercado”.

A produção coletiva cortada pelos nove membros da Opep+ totaliza 1,66 milhão de barris por dia, disseram os analistas. Eles aumentaram sua previsão de preços ao Brent em dezembro para US$ 95 por barril.

O ministério de energia da Arábia Saudita descreveu sua última redução como uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade dos mercados de petróleo, segundo a SPA.

A Casa Branca recuou nessa noção – assim como nos últimos cortes da Opep+.
“Não achamos que cortes sejam aconselháveis �??�??neste momento devido à incerteza do mercado – e deixamos isso claro”, falou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. “Estamos focados em preços para consumidores americanos, não em barris.”

Em outubro, a decisão da Opep+ de cortar a produção já havia irritado a Casa Branca.

O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu na época que a Arábia Saudita sofreria “consequências”. Mas até agora, seu governo parece ter desistido de suas promessas de punir o reino do Oriente Médio.

A Rússia, membro da Opep+, também disse no domingo que estenderia uma redução voluntária de 500 mil barris por dia até o final de 2023. A medida foi anunciada pelo vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak, conforme citado pela agência de notícias estatal russa TASS.

Essa decisão foi menos surpreendente. Analistas do Goldman disseram que previram que o corte duraria até o segundo semestre do ano.

CNN


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