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Agronegócio

Prejuízos na agropecuária gaúcha causados pelas chuvas chegam a R$ 1,4 bi

Mortes de animais e perda de lavouras são alguns dos danos provocados

O pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul que já causou 149 mortes também significa uma tragédia sem precedentes para a agropecuária gaúcha.

O último levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), atualizado ontem (dia 14), aponta que os prejuízos causados pelas chuvas no campo já ultrapassam R$ 1,3 bilhão.

Segundo a entidade, R$ 1,3 bilhão é o estrago feito apenas na agricultura, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ R$ 165,3 milhões. Somados os dois, os danos chegam a 1,456 bi.

Mortes de animais, perda de lavouras e estragos à semeadura de pastagens de inverno são alguns dos danos provocados ao agronegócio do estado.

Antes das chuvas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimava que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do Rio Grande do Sul cresceria 46,4% neste ano, em relação ao ano anterior, e passaria a responder por 13,3% do total nacional, encostando no Paraná.

O Rio Grande do Sul responde, por exemplo, por 70% da produção nacional do arroz. Em relação à soja, a lavoura do estado representou 8,4% do país em 2023 e, com o crescimento esperado para este ano, passaria a representar 14,8%, ficando atrás apenas de Mato Grosso.

O estado também se destaca na pecuária. Em 2023, ocupou a terceira colocação entre aqueles que mais abateram frangos e suínos. Foi também o quarto maior produtor de ovos e o quinto entre os produtores de leite.

Impacto total


As cidades gaúchas afetadas pelos temporais desde o fim de abril já contabilizam mais de R$ 8,9 bilhões de prejuízos financeiros, sendo R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões.

Até o momento, foram registrados impactos em 105,6 mil habitações. A Confederação Nacional de Municípios (CNM), que acompanha diariamente a situação, reforça que os dados são parciais, uma vez que as gestões locais enfrentam dificuldades de inserir as informações nos sistemas.

Setores mais afetados pelos temporais
Agricultura: R$ 1,3 bilhão em prejuízos;
Pecuária: R$ 165,3 milhões em prejuízos;
Indústria: R$ 255,5 milhões em prejuízos;
Comércios locais: R$ 127,5 milhões em prejuízos;
Demais serviços: R$ 84,5 milhões em prejuízos.
Impacto nas Habitações
Danificadas: 96,5 mil;
Destruídas:  9,1 mil;
Total unidades habitacionais: mais de 105,6 mil;
Prejuízos na habitação: R$ 4,6 bilhões.
Principais setores públicos afetados:
Segundo a CNM, os danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras, prédios de serviços públicos, instalações de usos comunitários, etc.) são de R$ 428 milhões.

Já obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.) têm R$ 1,7 bilhão em prejuízos. Além disso:

Sistema de transportes: R$ 83,6 milhões em prejuízos;
Assistência médica emergencial: R$ 8,8 milhões em prejuízos;
Sistema de esgotamento sanitário: R$ 18,5 milhões em prejuízos;
Limpeza urbana e remoção de escombros (recolhimento e destinação): R$ 37,7 milhões em prejuízos;
Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 4,8 milhões em prejuízos;
Sistema de ensino: R$ 83,8 milhões em prejuízos;
Abastecimento de água: R$ 11 milhões em prejuízos;
Sistema de controle de pragas e vetores (desinfestação e desinfecção): R$ 1,2 milhão em prejuízos;
Distribuição de combustíveis: R$ 2,1 milhões em prejuízos;
Segurança Pública: R$ 2 milhão em prejuízos;
Telecomunicações: R$ 965 mil

Por redação | Agrofy News

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/05/15/prejuzos-na-agropecuria-gacha-causados-pelas-chuvas-chegam-a-r-14-bi/19286.html