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Agronegócio

"PCA foi deixado de lado e virou um grande problema de novo", diz Fávaro na 55ª Expoagro

Ministro da Agricultura frisa que ações de políticas públicas serão realizadas para auxiliar produtores em meio a queda do preço do milho

Carlos Fávaro na 55ª Expoagro em Cuiabá
Foto: Divulgação 55ª Expoagro Cuiabá

Mato Grosso e o Brasil estão prestes a registrar mais um recorde de safra e voltam a sofrer com a falta de espaço nos armazéns. No estado, maior produtor de grãos do país, cuja previsão é colher mais de 95 milhões de toneladas entre soja e milho na safra 2022/23, já é possível ver produção do cereal à céu aberto. Conforme o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a situação é decorrente ao Programa de Construção de Armazéns (PCA) ter sido “deixado de lado nos últimos anos”.

“Somos acostumados a comemorar ano a ano o recorde da safra brasileira. Mas, esquecemos que o PCA, criado em 2012, foi deixado de lado nos últimos anos e a defasagem de armazenagem ficou um grande problema de novo”, disse o ministro Carlos Fávaro, durante a abertura oficial da 55ª Expoagro, em Cuiabá (MT).

Conforme o ministro, apesar da ampliação de recursos em 80% no Plano Safra 2023/24 para armazéns até seis mil toneladas com taxas de juros à 7% e para acima deste volume taxas de juros de 10,5%, com dez anos para pagar, e da linha dolarizada do BNDES, sem limite de tamanho de armazém, o governo federal vem retomando as políticas públicas regulatórias, em especial para garantir o preço mínimo ao produtor.

“Armazém não fica pronto de uma hora para outra. Nós agora começamos a liberar os créditos. Então, para isso nós estamos usando as políticas públicas de apoio à comercialização. O nosso slogan no governo é ‘União e Reconstrução. É a união de todos”, pontuou Fávaro.

Estoques públicos
No dia 29 de junho, o governo federal anunciou a retomada, após seis anos, da formação de estoques públicos. A intervenção ocorre após o preço da saca de milho em Mato Grosso ficar abaixo do preço mínimo estipulado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) para 2023 de R$ 43,26. Além do estado, estão autorizados para comercializar milho para a estatal produtores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná e Tocantins.

Durante o anuncio da volta da formação de estoques públicos, a Conab informou que inicialmente serão compradas 500 mil toneladas de milho dos produtores rurais por meio do mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o que equivale a aproximadamente 8,3 milhões de sacas de 60 quilos do cereal.

“Eu sei que para o volume produzido ainda é pouco, mas é uma baliza para o preço mínimo do mercado. Se preciso será adquirido mais para garantir o preço mínimo aos produtores. Se necessário, mais adiante vamos lançar os Prêmios de Apoio a Comercialização e Escoamento para que a safra não fique no tempo, não concorra com a soja, vá para os portos e seus consumidores e com isso dar fluidez até a construção de novos armazéns no estado”, salientou Fávaro.

Além do milho, serão construídos estoques reguladores de arroz, feijão e mandioca.

 
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