Agronegócio
Onde está o Feijão-preto?
"Decepcionante o novo relatório da CONAB liberado ontem", diz IBRAFE
A alegação de que os produtores estariam especulando para manter os preços altos - Foto: Canva
O Instituto Brasileiro do feijão e Pulses (IBRAFE) levantou questões sobre o recente relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que apresenta dados aparentemente inconsistentes sobre a produção de feijão-preto. O relatório sugere que a produção deste grão aumentou em relação ao ano anterior, mas essa informação não corresponde à realidade do mercado, onde os preços permanecem elevados.
O IBRAFE destaca que, mesmo considerando a exportação e o consumo interno, os estoques deveriam estar mais abastecidos e os preços, mais baixos. A alegação de que os produtores estariam especulando para manter os preços altos não convence, já que, na prática, os compradores não sustentariam um preço elevado sem uma razão sólida. Assim, segundo o Instituto, o relatório da CONAB parece não refletir a verdadeira situação do mercado de feijão-preto, levantando dúvidas sobre a precisão dos dados e a gestão da oferta e demanda desse produto agrícola essencial.
“Decepcionante o novo relatório da CONAB liberado ontem. Para o Feijão-preto, afirmar que há ainda 176 mil toneladas a mais produzidas até aqui do que as 332 mil toneladas produzidas no ano passado não faz sentido. Ou seja, mesmo considerando a exportação e o consumo interno, deveríamos ter armazéns cheios até a porta, e os preços não estariam ao redor de R$ 300. Alegar que o produtor está especulando não explica nada. Os compradores jamais manteriam o nível de preço alto para o momento de R$ 270/R$ 300 na roça”, comenta.
Ontem, a notícia do mercado de feijão era de que mercado de Feijão no Brasil, especialmente nos estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná, apresenta variações significativas nos preços e nas condições de negociação, influenciadas por fatores majoritariamente econômicos. “Feijão-carioca negociado é determinado pela necessidade dos produtores de vender para cobrir investimentos e compromissos inerentes à atividade. Apesar de os preços atuais não serem motivadores, o volume de negócios é elevado devido à qualidade do Feijão colhido sob irrigação”, conclui.
AGROLINK - Leonardo Gottems
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