O vazio sanitário da soja em Mato Grosso termina nesta sexta-feira (dia 6). Com o fim do período que impede o plantio da oleaginosa no estado, agricultores mato-grossenses já podem semear o grão a partir de sábado (dia 7).

Porém, por conta da chuva (ou falta dela), o início da semeadura vira a grande questão para os produtores no estado.

Diante disso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) deu o panorama do clima para o período.

Segundo a entidade, grande parte dos agricultores mato-grossenses deixam a semeadura para o mês de outubro.

Na safra passada, 2023/2024, no início de outubro apenas 14,25% da área total destinada à soja no estado havia sido semeada. No mesmo mês, o plantio encerrou com 70,05% semeado, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

“Até o momento, Mato Grosso não registrou chuvas significativas que garantam uma semeadura ideal. As previsões do Aproclima indicam que não há expectativa de chuvas expressivas para a próxima semana nem para os próximos 15 dias. No entanto, há a possibilidade de ocorrência de chuvas isoladas"”, disse Jerusa Rech, responsável pela Gerência de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT.

De acordo com ela, a falta de chuva trará impactos negativos para o desempenho dos grãos nas lavouras.

“Algumas regiões de Mato Grosso ficaram até 120 dias sem chuva e aí não tem umidade no solo suficiente para colocar a semente nele para que ela consiga emergir”, afirmou.

Safra pode aumentar
Apesar da incógnita do clima no início da abertura do plantio, a safra de soja atual pode aumentar em comparação com a passada.

Na safra 2023/24, os agricultores mato-grossenses produziram cerca de 39 milhões de toneladas da oleaginosa. Para o ciclo atual, a estimativa é que 44 milhões de toneladas sejam colhidos, um aumento de aproximadamente 12,8%, conforme o Imea.

A produtividade da soja também pode aumentar também em Mato Grosso. Nesta safra, os agricultores podem colher cerca de 57,9 sacas por hectares, enquanto que na safra passada a produtividade foi de 52,1 sacas por hectares. Isso quer dizer, 11,1% menor do que a estimada para a safra atual.

Vazio sanitário
O vazio sanitário estende-se por 90 dias, e teve início no dia 8 de junho em Mato Grosso.

Essa é uma medida adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para controlar a ferrugem asiática. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que pode invadir as lavouras de soja, impedindo as formações dos grãos e causando perdas significativas na produtividade.