Na primeira quinzena de outubro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 33,83 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, marcando um aumento de 2,75% em comparação aos 32,93 milhões de toneladas da safra 2023/2024. No total acumulado da safra 2024/2025, até o dia 16 de outubro, a moagem alcançou 538,85 milhões de toneladas, superando as 526,43 milhões de toneladas do ciclo anterior, resultando em um crescimento de 2,36%.

A atividade foi intensa, com 255 unidades produtoras em operação, sendo 236 delas focadas no processamento de cana, nove dedicadas à fabricação de etanol a partir do milho e dez usinas flex. No mesmo período da safra anterior, 259 unidades estavam em funcionamento. No entanto, até o final da primeira quinzena de outubro, sete usinas encerraram a moagem, totalizando 12 unidades finalizadas no ciclo 2024/2025, em contraste com quatro usinas que já haviam encerrado suas operações no ciclo anterior.

Em termos de qualidade, os Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) apresentaram um desempenho robusto, alcançando 160,30 kg por tonelada de cana, um aumento de 6,98% em relação aos 149,84 kg da safra 2023/2024. No total acumulado da safra, o ATR atingiu 142,23 kg por tonelada, refletindo uma ligeira elevação de 1,03% em comparação ao ciclo passado.

Produção de Açúcar e Etanol
Nos primeiros quinze dias de outubro, a produção de açúcar foi de 2,44 milhões de toneladas. Desde o início da safra, até 16 de outubro, a fabricação do adoçante totalizou 35,59 milhões de toneladas, superando os 34,91 milhões do ciclo anterior, o que representa um crescimento de 1,93%.

Entretanto, a destinação da cana-de-açúcar para a fabricação de açúcar caiu para 47,28%, uma leve queda em relação aos 48,12% registrados no ano anterior. Por outro lado, a produção de etanol se destacou, atingindo 2,01 bilhões de litros na primeira quinzena de outubro, sendo 1,29 bilhão de litros de etanol hidratado (um aumento de 21,95%) e 722,07 milhões de litros de etanol anidro (aumento de 3,56%). No acumulado da safra, a produção de etanol totalizou 27,21 bilhões de litros, refletindo um crescimento de 7,93%.

A produção de etanol de milho representou 16,31% do biocombustível fabricado no Centro-Sul, totalizando 327,43 milhões de litros, um aumento de 31,08%. No acumulado, a produção chegou a 4,13 bilhões de litros, avançando 27,35% em relação ao mesmo período do ano passado.

Vendas de Etanol e Perspectivas
As vendas de etanol na primeira quinzena de outubro somaram 1,46 bilhão de litros, uma variação positiva de 17,20% em relação à safra anterior. O etanol hidratado teve um volume de 902,74 milhões de litros vendidos, aumento de 14,10%, enquanto o etanol anidro alcançou 532,29 milhões de litros, um avanço significativo de 28,77%. Desde o início da safra, até o dia 16 de outubro, as vendas totais atingiram 19,30 bilhões de litros, um crescimento de 16,29%.

Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, destacou que, apesar das expectativas de retração na moagem de cana-de-açúcar, a oferta de etanol para o mercado interno deve ser assegurada pelo aumento na produção de etanol de milho, pela menor proporção destinada à produção de açúcar e pela redução gradual das exportações. “Esse cenário garante conforto para o abastecimento até o final da entressafra e potencializa a descarbonização promovida pelo biocombustível no mercado nacional”, completou Rodrigues.

Mercado de CBios
No mercado de CBios, dados da B3 até 21 de outubro indicam a emissão de 33,76 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponíveis para negociação soma 28,61 milhões, satisfazendo quase 97% dos títulos necessários para o cumprimento das metas previstas pelo Programa até o final do ano.

*Com informações da Unica