Mesmo com a estiagem no Sul do país causando quebra na produção de grãos, a expectativa é que a produção de milho no Brasil deva alcançar 108 milhões de toneladas na safra 2021/22. A projeção foi feta pela Refinitiv, empresa que é uma das maiores fornecedoras mundiais de dados e infraestrutura de mercados. No entanto, há o alerta para os possíveis impactos do clima na safrinha.

O volume é mais conservador que as 114 milhões de toneladas projetadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e também fica abaixo das 112,3 milhões apontadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A área total de milho foi estimada em 20,7 milhões de hectares e o rendimento em nível nacional ficou em 5,23 toneladas por hectare. “Apesar das condições climáticas melhores no centro-norte do Brasil, as perspectivas sombrias de longo prazo para o milho de segunda safra no Sul diminuem fracionalmente a produção total de milho no Brasil”, disse a análise.

Segundo a avaliação, as últimas previsões de longo prazo da equipe de pesquisa de clima da Refinitiv indicam que um padrão de precipitação dividido úmido no norte e seco no sul continuará sendo observado ao longo de março e abril, “merecendo muita atenção”.

“Por outro lado, condições extremas de seca continuaram a assolar grande parte do Sul (Paraná e Rio Grande do Sul em particular), exacerbando a já terrível umidade do solo e exercendo uma pressão ainda maior sobre a produtividade do milho primeira safra no final da temporada (de verão)", apontou.

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A Refinitiv ainda disse que a seca e o calor contínuos no Sul ainda estão impactando negativamente as lavouras em estágios tardios de enchimento de grãos, mas ao mesmo tempo permitiram que as primeiras colheitas de milho e as semeaduras da segunda safra acelerassem.