Portal GHF

Agronegócio

Mesmo com seca extrema e queimadas, Conab estima novo recorde para safra de grãos 2024/25

Arroz e feijão devem apresentar novo incremento no volume a ser colhido no ciclo

Apesar dos desafios climáticos, a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.

É o que estima Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mesmo diante da seca severa e das queimadas que atingem o Brasil. O órgão divulgou hoje a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária.

A safra 2023/2024 se encerrou estimada em 298,41 milhões de toneladas, uma redução de 21,4 milhões de toneladas em relação ao volume obtido no ciclo anterior, segundo o que a Conab divulgou na semana passada.

A projeção positiva deve ser puxada pela previsão de alta para produção e soja. Segundo a Conab, mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez.

A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno, explica a Conab em nota.

Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros.

Além disso, a combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.

Milho
Já para o milho, o cenário apresentado pela Conab é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas.

O órgão explica que mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024.

No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal.

A Conab diz ainda que é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.

Arroz e feijão
Segundo o relatório divulgado hoje, arroz e feijão devem apresentar novo incremento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros.

 

A projeção, segundo análise do órgão, é de um crescimento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024.

Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor, diz a Conab.


Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018.

Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.

Já o feijão também tende a apresentar incremento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024.

Segundo a Conab, como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.

Algodão
A Conab também estima um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a 2 milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024.

Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais.

Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional.

“Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma”, explica a Conab em nota.

redação com informações da Conab | Agrofy News

Página:

https://portalghf.com.br/noticia/agronegcio/2024/09/17/mesmo-com-seca-extrema-e-queimadas-conab-estima-novo-recorde-para-safra-de-gros-202425/21541.html